Bolsonaro diz que esquerda tem “obsessão para calar a voz” dele

Caio Tomahawk


Bolsonaro denuncia perseguição política e critica esquerda em evento do PL

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a fazer críticas contundentes à esquerda durante o 1º Seminário Nacional de Comunicação do Partido Liberal (PL), realizado nesta sexta-feira (21) no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. Em seu discurso, Bolsonaro afirmou que os setores progressistas têm uma "obsessão" em calar sua voz e a de seus apoiadores.

“Sou recordista de processos de cassação. Recebi mais de 20 processos de cassação pela esquerda. Por ocupar a maioria da Câmara e, segundo a esquerda, falar o que não devia. Então, essa obsessão de calar a voz de quem não comunga com a ideia deles continua”, declarou o ex-presidente.

Bolsonaro fala em perseguição e desabafa sobre Presidência

No mesmo evento, Bolsonaro fez um desabafo sobre sua passagem pela Presidência da República. Ele sugeriu que o cargo foi um "castigo" e que enfrentou incompreensão e perseguição durante seu mandato.

“Dentro daquela sala vazia lá da Presidência, eu já chamei e falei assim: ‘Meu Deus, qual foi o meu pecado por eu estar aqui?’. É muita incompreensão, perseguição”, desabafou. Ele acrescentou que tenta evitar demonstrar emoção em público, mas reconheceu que a pressão sobre ele tem sido intensa.

Antes do discurso de Bolsonaro, seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), também falou aos presentes. Emocionado, ele afirmou que o Brasil não seria mais uma democracia. “Vivemos um momento delicado no país. Eu acredito que a gente não vive mais numa democracia, e a gente tem que se adaptar aos novos tempos. Mas jamais nos calar”, declarou Carlos, interrompendo o discurso por conta das lágrimas.

Repercussão após denúncia da PGR

As declarações de Bolsonaro acontecem em meio à repercussão da recente denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), que acusa o ex-presidente de liderar uma organização criminosa com intenção de aplicar um golpe de Estado. Além de Bolsonaro, outras 33 pessoas foram denunciadas pela PGR pelo mesmo crime.

Nos últimos dias, Bolsonaro tem adotado uma postura desafiadora diante das acusações. Recentemente, ao comentar a possibilidade de ser preso, o ex-presidente minimizou a situação com a frase: “Caguei para a prisão”. Seu partido, o PL, também tem demonstrado apoio irrestrito ao ex-mandatário, organizando eventos e mobilizando a base conservadora em sua defesa.

Evento reforça unidade da direita

O 1º Seminário Nacional de Comunicação do PL reuniu líderes políticos, influenciadores e militantes alinhados ao ex-presidente. O evento teve como objetivo fortalecer a estratégia de comunicação do partido, preparando-se para os próximos desafios eleitorais e políticos.

Entre os participantes estavam parlamentares do PL, jornalistas independentes e influenciadores digitais que têm se destacado na defesa de Bolsonaro nas redes sociais. A narrativa predominante foi a de que a direita precisa se unir contra o que chamam de "perseguição política" e "censura" promovida pela esquerda e pelo Judiciário.

Conclusão

As declarações de Bolsonaro e seu filho Carlos reforçam o discurso de vitimização e perseguição política, estratégia que tem sido adotada pelo ex-presidente para manter sua base mobilizada. Com as denúncias da PGR e as constantes decisões judiciais contra aliados bolsonaristas, o clima político segue tenso, e a direita se articula para responder ao que considera uma tentativa de silenciamento.

Nos próximos meses, o desenrolar das investigações e eventuais desdobramentos jurídicos serão fundamentais para definir os rumos do ex-presidente e de seus aliados. Enquanto isso, Bolsonaro segue na linha de frente da polarização, buscando consolidar seu papel como principal líder da oposição ao governo Lula.

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