URGENTE: Bolsonaro acusa TSE de interferência em 2022 com influência estrangeira

Gustavo Mendex


 Durante uma transmissão ao vivo no canal Brazil Talking News, no último sábado (15), o ex-presidente Jair Bolsonaro fez duras acusações contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), alegando que a corte teria recebido financiamento externo para influenciar o resultado das eleições presidenciais de 2022. Segundo Bolsonaro, esse suposto apoio teria sido determinante para a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


O ex-mandatário afirmou que o TSE “arranjou” cerca de 2 milhões de votos de jovens para Lula, sugerindo que essa interferência teria sido crucial para o resultado final do pleito. De acordo com ele, três quartos desse eleitorado tendem a votar na esquerda, o que teria favorecido diretamente o candidato petista. Bolsonaro destacou que essa quantidade de votos foi justamente a diferença entre ele e Lula no segundo turno das eleições.

Além das acusações de manipulação do voto jovem, Bolsonaro reiterou que sua campanha teria sido alvo de censura por parte do TSE. O ex-presidente afirmou que foi impedido de divulgar conteúdos críticos a Lula durante o período eleitoral, o que, em sua visão, teria comprometido a equidade do processo democrático. Ele mencionou especificamente a proibição de veicular imagens do atual presidente em uma comunidade controlada pelo tráfico, onde, segundo Bolsonaro, Lula teria entrado sem segurança e utilizando um boné associado a uma facção criminosa.

Ainda sobre as restrições impostas pela Justiça Eleitoral, Bolsonaro reclamou de não poder divulgar o que considera posições controversas de Lula sobre temas sensíveis. Ele citou o aborto e a proximidade do petista com governos autoritários como os de Hugo Chávez e Nicolás Maduro, além de outros regimes ditatoriais ao redor do mundo.

Durante a transmissão, Bolsonaro trouxe à tona declarações de Michael Benz, ex-chefe da divisão de informática do Departamento de Estado dos Estados Unidos no governo Trump. Segundo Benz, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) teria desempenhado um “papel crucial” nas eleições brasileiras de 2022, financiando iniciativas que controlavam informações e promoviam a censura contra Bolsonaro. Ele afirmou que a agência teria patrocinado organizações não governamentais ligadas à esquerda, que, em sua visão, atuaram diretamente para minar a campanha do ex-presidente.

Benz deu essas declarações no programa The War Room, exibido em 4 de fevereiro, e foi enfático ao sugerir que sem a influência da Usaid, Bolsonaro ainda estaria na presidência. As falas do ex-funcionário do governo Trump reforçaram o discurso do ex-presidente brasileiro, que já vinha questionando a lisura do processo eleitoral desde sua derrota para Lula em outubro de 2022.

As acusações feitas por Bolsonaro reacendem debates sobre o papel das instituições eleitorais e possíveis interferências externas no pleito brasileiro. O TSE não se pronunciou sobre as declarações até o momento, mas o tribunal já havia refutado alegações similares feitas por aliados do ex-presidente no passado. A corte sempre defendeu a segurança e a integridade do sistema eleitoral brasileiro, ressaltando que as urnas eletrônicas são auditáveis e confiáveis.

A declaração de Bolsonaro ocorre em um momento de crescente tensão política no país. O ex-presidente tem se mantido ativo politicamente mesmo após sua inelegibilidade, determinada pelo próprio TSE devido a declarações feitas contra o sistema eleitoral brasileiro. Seus apoiadores veem essas restrições como uma forma de perseguição política, enquanto críticos apontam que Bolsonaro tenta deslegitimar as eleições sem apresentar provas concretas das supostas irregularidades.

O debate sobre o financiamento externo de processos eleitorais também tem ganhado destaque no cenário internacional. A atuação de organizações estrangeiras em campanhas políticas de outros países levanta preocupações sobre soberania e influência política. No caso específico do Brasil, as alegações de Bolsonaro ainda precisam ser investigadas e comprovadas.

A repercussão dessas novas acusações deve gerar reações tanto entre os aliados do ex-presidente quanto entre membros do governo atual e das instituições eleitorais. O cenário político continua polarizado, e declarações como essas reforçam o clima de desconfiança em torno do sistema eleitoral brasileiro.

Com a aproximação das eleições municipais de 2024, a discussão sobre a transparência do processo eleitoral e o papel das instituições na democracia brasileira deve se intensificar. Enquanto isso, Bolsonaro segue mobilizando sua base e mantendo viva a narrativa de que sua derrota nas urnas não ocorreu de forma legítima.
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