URGENTE: PGR exclui três envolvidos da denúncia de golpe


 A Procuradoria-Geral da República (PGR) decidiu não incluir o empresário argentino Fernando Cerimedo e o padre católico brasileiro José Eduardo de Oliveira e Silva na lista de 34 denunciados por suposta participação em um plano de golpe de Estado. A decisão foi tomada após dois meses de análise do relatório elaborado pela Polícia Federal (PF), que apontava ambos como integrantes do grupo que teria articulado a tentativa de ruptura institucional.


Fernando Cerimedo, que atuou como marqueteiro do presidente argentino Javier Milei, foi citado pela PF como parte do chamado "Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral". De acordo com a investigação, esse grupo teria disseminado informações falsas sobre as eleições de 2022 para criar um ambiente favorável a uma intervenção militar. Apesar dessas alegações, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, optou por não incluí-lo na denúncia encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O padre José Eduardo de Oliveira e Silva, sacerdote da Diocese de Osasco (SP), também foi indiciado no relatório da PF sob a suspeita de ter participado de reuniões no Palácio do Planalto em novembro de 2022. Segundo os investigadores, esses encontros ocorreram ao lado de assessores do então presidente Jair Bolsonaro e tiveram como objetivo discutir a fundamentação jurídica da suposta tentativa de golpe. Ainda assim, a PGR não considerou haver elementos suficientes para denunciá-lo ao STF.

Outro nome excluído da lista de denunciados foi o de Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL). A investigação apontava sua possível participação na articulação do plano golpista, mas, assim como nos casos de Cerimedo e do padre Oliveira e Silva, o procurador-geral da República decidiu não prosseguir com a acusação contra ele.

Enquanto isso, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi formalmente indiciado pela Polícia Federal, está entre os denunciados pela PGR ao STF. A denúncia contra Bolsonaro e outros 33 investigados se baseia em supostas provas de que ele e seus aliados tentaram minar o sistema democrático e planejar uma interferência no processo eleitoral. O caso segue agora para análise do Supremo Tribunal Federal, que decidirá se aceita a denúncia e transforma os acusados em réus.

A exclusão de alguns nomes da lista de denunciados gerou repercussão entre juristas e políticos, dividindo opiniões sobre os critérios adotados pela PGR. Enquanto aliados dos excluídos comemoraram a decisão como uma prova da ausência de envolvimento direto no suposto plano golpista, críticos apontaram que a medida pode enfraquecer a acusação contra os demais envolvidos no caso. O desdobramento do processo será acompanhado de perto, uma vez que envolve figuras centrais do cenário político recente e a estabilidade institucional do país.
Jornalista