Quando um juiz incorpora o papel de militante ativo e parcial

Caio Tomahawk


Alexandre de Moraes e sua transformação em militante: um juiz parcial em conflito com os EUA


Nos últimos anos, o Brasil tem testemunhado um fenômeno preocupante dentro de sua Suprema Corte. Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), tem abandonado progressivamente a toga da imparcialidade para assumir uma postura militante e ideologicamente engajada. A mais recente prova dessa guinada foi seu pronunciamento em vídeo, onde, em um tom desafiador, responde diretamente aos Estados Unidos, declarando que o Brasil "não é mais colônia desde 1822".


A declaração, recheada de simbolismo, não apenas confirma sua militância ativa, mas também o coloca no centro de um conflito diplomático que pode ter consequências severas para o país. O problema não reside apenas na sua intervenção direta em assuntos internacionais, algo que tradicionalmente caberia ao Ministério das Relações Exteriores, mas no fato de que Moraes tem usado seu cargo para perseguir implacavelmente adversários políticos.


O embate de Moraes com os EUA e a perseguição à direita


A guerra declarada por Moraes aos EUA se dá num momento delicado das relações diplomáticas entre os dois países. Donald Trump, favorito para vencer as eleições presidenciais americanas de 2024, representa uma ameaça direta à agenda política defendida por Moraes e seus aliados. Com isso, o ministro parece disposto a escalar as tensões internacionais, sem qualquer preocupação com as repercussões que isso pode gerar para o Brasil.


Esse comportamento militante não é novidade. Desde a ascensão de Jair Bolsonaro à presidência em 2019, Alexandre de Moraes tem protagonizado episódios que extrapolam os limites de sua função. O polêmico Inquérito das Fake News, conduzido por ele sem a participação do Ministério Público, tornou-se um instrumento de censura e repressão política, afetando jornalistas, parlamentares e cidadãos comuns que ousaram criticar o STF e o governo Lula.


Mídia conivente e um sistema aparelhado


Enquanto Moraes se afasta cada vez mais da conduta esperada de um juiz da mais alta corte do país, a grande mídia segue conivente, ignorando os abusos e validando narrativas que criminalizam a oposição conservadora. Jornais e emissoras de televisão, antes comprometidos com a fiscalização dos poderes, hoje atuam como meros porta-vozes de um sistema que não aceita a ascensão da direita brasileira.


O retorno de Luiz Inácio Lula da Silva ao poder, após ter sido condenado em todas as instâncias da Justiça, só foi possível graças a um verdadeiro malabarismo jurídico promovido por ministros como Moraes. A parcialidade com que conduziu as eleições de 2022, cerceando a liberdade de expressão e restringindo o alcance de adversários políticos nas redes sociais, foi um dos maiores escândalos da democracia brasileira.


O perigo de um poder sem limites


As recentes declarações de Moraes revelam um homem embriagado pelo poder, convencido de que está acima das leis e das instituições democráticas. Mas quem lhe concedeu essa autoridade? Quantos votos ele recebeu para se sentir no direito de interferir na política externa do Brasil e colocar a nação em rota de colisão com uma potência mundial?


A falta de freios institucionais permitiu que Moraes ultrapassasse todos os limites, a ponto de ameaçar opositores, interferir na eleição presidencial e censurar jornalistas sem qualquer consequência. No entanto, a história mostra que o poder absoluto não dura para sempre.


A resposta do destino e a espera pela justiça


Muitos brasileiros, especialmente aqueles que foram perseguidos, censurados ou tiveram suas vidas destruídas por decisões arbitrárias, aguardam ansiosamente por um desfecho para esse cenário de abusos. A paciência pode estar chegando ao fim.


Com a possível volta de Trump à presidência dos EUA e a crescente insatisfação popular, Moraes pode estar prestes a enfrentar sua maior crise. Ao desafiar a maior potência do mundo e escalar um conflito desnecessário, ele pode ter se colocado em uma posição da qual dificilmente sairá ileso.


A grande questão é: até quando o Brasil permanecerá refém de um sistema que se apropriou do poder para atender interesses específicos? E, mais importante, a Justiça, que já tarda, chegará a tempo de restaurar a liberdade e a democracia no país?

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