“Imagine o que poderá acontecer se o próprio comandante da força se negasse a cumprir tradições seculares, entre elas a passagem de comando.”, diz um estudioso do assunto
Militares ouvidos pela Revista divergem em opiniões, alguns acreditam que o comandante deve comparecer ao ato, que as notícias veiculadas não correspondem à realidade. Mas, outros confirmam que ele não vai e que inclusive tem sido elogiado por isso.
“é questão também de honrar o comandante que entra, Olsen ficaria conhecido como o único que não recebeu o comando de seu antecessor. Seria falta de ética da parte de Garnier.” Suboficial da Marinha
“Não vai… E inclusive está sendo ovacionado por isso em meio aos Bolsonaristas”, diz um militar da Marinha na ativa.
A cerimônia de passagem de comando está entre os eventos mais tradicionais da Marinha do Brasil, é o momento em que os comandados presenciam a transferência de autoridade de um chefe para outro, é algo extremamente simbólico e importante. Se a tropa perceber que o comandante que entra não recebeu a “bênção” do comandante que sai, este poderá ser menos respeitado e até ter as suas ordens questionadas, como se não fosse revestido da autoridade necessária para comandar.
Todavia, não são somente as tradições militares que impõem que na passagem de comando tanto o comandante exonerado como o comandante que será empossado estejam presentes. O regulamento militar de CONTINÊNCIAS, HONRAS, SINAIS DE RESPEITO E CERIMONIAL MILITAR DAS FORÇAS ARMADAS (Portaria GM-MD Nº 1.143, de 3 de março de 2022 ), que pode ser acessado no próprio site do Ministério da Defesa, estabelece que quem passa o cargo deve comparecer à cerimônia militar
DAS PASSAGENS DE COMANDO, CHEFIA OU DIREÇÃO. Art. 184. Os oficiais designados para o exercício de qualquer Comando, Chefia ou Direção são recebidos de acordo com as formalidades especificadas neste Capítulo.
Art. 185. A data da transmissão do cargo de Comando, Chefia ou Direção é determinada pelo Comando imediatamente superior… I – leitura dos documentos oficiais de nomeação e de exoneração; II – transmissão de cargo, ocasião em que os oficiais, nomeado e exonerado, postados lado a lado, frente à tropa e perante a autoridade que preside a cerimônia, proferem as seguintes palavras: a) o substituído, “Entrego o Comando (Chefia ou Direção) da (Organização Militar) ao Exmo. Sr. (Posto e nome)”; e b) o substituto, “Assumo o Comando (Chefia ou Direção) da (Organização Militar)”.
Entretanto, a Marinha do Brasil não emitiu nenhuma nota oficial informando que o atual comandante não comparecerá à passagem de comando para seu sucessor, o que se tem são apenas informações veiculadas pela grande mídia.