"Eu quero só reforçar, Presidente, que até hoje, mesmo já no relatório da Polícia Federal, nada foi encontrado nos meus equipamentos", destacou o senador, exigindo a devolução imediata dos seus bens. Ele argumentou que a retenção dos dispositivos está prejudicando seu trabalho como representante do povo capixaba e levantou questões sobre os motivos reais por trás dessa medida.
Marcos do Val não poupou críticas ao modus operandi dos inquéritos conduzidos pelo Ministro Alexandre de Moraes, descrevendo-os como uma forma de perseguição política contra opositores. Ele mencionou que pessoas que manifestaram apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro têm sido alvo de inquéritos secretos e medidas judiciais abusivas. "Muitos estão sendo tratados como sub-cidadãos e sub-humanos, sofrendo prisões políticas, apreensão de bens e outras formas de intimidação", acusou o senador.
O discurso de Marcos do Val ecoou no Senado, com diversos colegas manifestando apoio e preocupação com as denúncias apresentadas. Ele enfatizou que suas ações visam não apenas proteger seus direitos individuais, mas também defender a integridade do sistema democrático brasileiro. "Eu não tenho rabo preso e continuarei denunciando essas práticas abusivas", afirmou.
A repercussão das acusações de Do Val não se limitou aos corredores do Senado. Figuras proeminentes, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, se pronunciaram sobre o assunto. Bolsonaro alertou em um pronunciamento público para o uso da técnica de "fishing expedition" nos inquéritos conduzidos pelo Ministro Alexandre de Moraes. Essa técnica, segundo ele, consiste em vasculhar a vida das pessoas em busca de qualquer motivo para incriminação, ignorando princípios básicos do direito de defesa e da presunção de inocência.
"É inaceitável que medidas tão arbitrárias sejam tomadas em nome da justiça", afirmou Bolsonaro. Ele destacou que a liberdade de expressão e o direito à privacidade estão sendo severamente comprometidos por ações judiciais que visam calar vozes dissidentes.
Além das críticas políticas, as ações do Ministro Alexandre de Moraes têm sido alvo de questionamentos legais por parte de especialistas em direito constitucional. Vários juristas argumentam que as práticas adotadas nos inquéritos não apenas violam os direitos individuais dos investigados, mas também representam um perigoso precedente para o Estado de Direito no Brasil.
No âmbito judicial, a Procuradoria-Geral da República tem sido pressionada a investigar as denúncias de abusos cometidos pelo STF. A subprocuradora Lindôra Araújo denunciou publicamente o uso indiscriminado da técnica de "fishing expedition" nos inquéritos conduzidos por Moraes, alertando para as consequências devastadoras dessas práticas para a democracia brasileira.
A situação ganhou ainda mais destaque com a divulgação de detalhes sobre inquéritos administrativos conduzidos em cortes superiores, como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Neles, medidas cautelares são aplicadas com base em evidências frágeis e questionáveis, frequentemente vazadas para a imprensa antes mesmo da conclusão das investigações. Isso tem levantado preocupações sobre o uso político do sistema judiciário para fins de intimidação e controle da informação.
Enquanto o debate sobre a conduta do Ministro Alexandre de Moraes no STF continua a crescer, o senador Marcos do Val promete manter sua luta por justiça e transparência. "Não podemos permitir que interesses políticos prevaleçam sobre os direitos individuais e as garantias constitucionais", declarou Do Val.
A questão agora é se as denúncias feitas pelo senador terão um impacto significativo nas práticas do STF e se influenciarão a condução futura dos inquéritos envolvendo figuras públicas e cidadãos comuns no Brasil. Enquanto isso, a sociedade civil e as instituições democráticas permanecem vigilantes, buscando assegurar que o Estado de Direito seja respeitado e que todos sejam tratados com justiça perante a lei.