Em sua última carta, escrita direto da prisão, Roberto Jefferson expôs - em um forte desabafo - o seu "desprezo pessoal" pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Jefferson revelou, entre outras coisas, o que mais o fez nutrir esse sentimento pessoal por Moraes.
Segundo o presidente do PTB, a determinação do ministro em maio de 2020 que mexeu diretamente na "honra" de sua mulher.
Leia o trecho da carta:
"Nutro, é verdade, profundo desprezo pessoal pelo ministro Alexandre de Moraes pela perseguição que faz a mim e a meu partido. [...]
Em maio de 2020, no isolamento da pandemia, o Ministro Alexandre de Moraes, nos autos invisíveis e secretos do Inquérito Fake, das Fake News, já arquivado, determinou em despacho monocrático uma devassa em minha residência, meu lar. [...]
Numa fria manhã, fomos interrompidos durante nosso devocional diário, pela visita de dois camburões negros e amarelos da Polícia Federal. Oito homens, seis ostentavam fuzis e dois armados de pistola. [...]
“Temos mandado de busca e apreensão”, disse a voz no interfone interrompendo nossas orações. Eu de moletom, minha Ana de roupão. E nosso lar sagrado, rocha e refúgio, foi tomado por homens em armas. Buscavam uma carabina 556 e um celular. A carabina estava numa foto na Feira de Armas em Brasília, Meu celular e a rede social com trezentos mil seguidores e um milhão de interações. Não havia carabina 556, levaram meu celular. Toda a minha casa, cidadela e fortaleza, foi revistada e revirada por oito homens em armas.
Procuravam a carabina 556 nas gavetas de roupa íntima de minha Ana. Relicário sagrado que em vinte anos de vida íntima eu jamais violei. Lembro a cena, policiais enluvados revolvendo as gavetas das menores roupas íntimas de minha Ana, repito, relicário onde jamais coloquei meus dedos ou minhas mãos.
Olhei vencido e impotente os olhos baços de minha mulher, úmidos e humilhados fitavam o chão. Eu ali, impotente, desonrado como homem, não pude defender a honra da minha esposa.
No Fake Inquérito, ora arquivado, o Doutor Alexandre de Moraes, por motivo fútil, me causou graves danos morais. Até hoje isso é motivo dos meus pesadelos. Acordo sobressaltado reprisando aquelas cenas degradantes e humilhantes.
Sei que sua Excelência Doutor Alexandre de Moraes mandou arquivar o Fake Inquérito por falta de base probatória e supedâneo legal. Foi uma aventura de seu ativismo judicial, mas causa de grave dano moral à minha família e honra pessoal. [...]
Apenas marquei, publicamente, uma agenda com ele. Precisamos olhar um no olho do outro. O que é pessoal, pessoalmente se resolve."
Para ler a carta na íntegra, clique na matéria abaixo: