A deputada estadual Janaína Paschoal revelou uma trama de bastidores na Assembleia legislativa do estado de São Paulo (Alesp) para impedir que membros do PSDB sejam investigados por suspeitas de desvios de dinheiro público em gestões passadas à frente do governo do estado.
Em sessão plenária, a parlamentar do PSL disse que o presidente da Assembleia, deputado Carlão Pignatari (PSDB), anulou um ato de instalação da CPI da Dersa. A decisão foi publicada no sábado (4), pegando Janaína e parlamentares de oposição de surpresa.
A comissão, que já estava aprovada ‘de direito’ e aguardava apenas a data para iniciar os trabalhos ‘de fato’, apuraria desvios na gestão da empresa estatal paulista de rodovias, com acusações de fraudes em licitações, corrupção, formação de cartel, desvios de dinheiro público e lavagem de dinheiro em obras, por meio de empresas de fachada operadas por Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, ex-diretor da Dersa, de 2007 a 2019.
As acusações foram apontadas durante os trabalhos da força-tarefa da Operação Lava Jato e, após o pedido de instauração, pela deputada estadual Beth Sahão, a CPI tem sido alvo de manobras de bastidores pela bancada tucana, desde que João Doria assumiu o Palácio dos Bandeirantes, em 2019.
Na decisão pela suspensão da comissão, o presidente da Alesp alega que as acusações são “mera justaposição de denúncias e indícios veiculados em grandes órgãos de mídia, sem que seja possível extrair, com contornos precisos, a matéria a ser investigada pela CPI”.
Para Janaína Paschoal, a decisão de Pignatari estaria 'blindando' lideranças políticas tucanas com o objetivo de ‘evitar respingos’ em candidatos e chapas em véspera de ano eleitoral.
A deputada lembrou a recente negociação entre o ex-presidiário Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin (no centro das denúncias), que negociam a possibilidade de uma aliança, na qual o tucano seria um dos possíveis nomes a assumir a disputa como vice-presidente do petista.
É preciso ouvir a fala de Janaina para compreender até onde vai a ‘trama’ desta 'união macabra' entre tucanos e lulopetistas.
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