É impressionante como a Bíblia Sagrada tem seus segredos que são sempre revelados. Em outros termos, a mentira pode até crescer, ultrapassar décadas, gerações, sem ser percebida, mas tem sempre pernas curtas. Não há nada em oculto que não seja revelado.
A Bíblia e seus relatos não são uma ideia, como querem fazer crer descrentes e escarnecedores da fé alheia, marxistas do tipo Marilena Chaui, que odeia a classe média como o diabo odeia a cruz, e Luis Roberto Barroso, que clama por uma revolução do tipo “mansinha”, “imperceptível”, sem que ninguém note que ela esteja acontecendo.
Uma historinha que vem da Bíblia é que gafanhotos migradores, cortadores e destruidores acabavam com lavouras e campos. Contra eles nada que se pudesse fazer, nem Detefon dos mais fortes, a não ser devolver o dízimo. Hoje, no Brasil, só o voto e olhe lá…
Passaram as revoluções francesa e russa, caiu o Muro de Berlim, mas um sobrevivente ainda atormenta: o comunismo continua como praga marxista. Os gafanhotos passaram da lavoura para a casa de campo e da casa de campo para a família, filhos, fé, valores, instituições, judiciário. Os novos gafanhotos não se contentam com nossos bens. Querem colocar tudo a perder, tudo abaixo, tudo o que foi plantado, cultivado, com o tempo semeado, e os frutos bons.
Barroso usou de seu martelo revolucionário para reativar o mandato do vereador Renato Freitas, do Partido dos Trabalhadores, aquele que comandou uma invasão a uma igreja em Curitiba contra o cristianismo, que culpa pelos males negros, e em defesa de um congolês assassinado. A perda de seu mandato não durou muito. Nisso ele acertou. Ele contou com a astúcia do ‘gafanhoto-mor’, o Supremo Tribunal Federal.
A cassação foi por duas vezes na Câmara de Curitiba. Em processo judicial no Paraná houve anulação da cassação, mas depois foi confirmada.
Barroso afirmou:
“A cassação do vereador em questão ultrapassa a discussão quanto aos limites éticos de sua conduta, envolvendo debate sobre o grau de protesto conferido ao exercício do direito а liberdade de expressão por parlamentar negro voltado justamente а defesa da igualdade racial e da superação da violência e da discriminação que sistematicamente afligem a população negra no Brasil”.
O ideólogo Barroso ainda afirmou que o ato deve ser preservado porque trata-se da defesa de um parlamentar negro. Disse ele:
“(…) é necessário deixar assentado que a quebra de decoro parlamentar não pode ser invocada para fragilizar a representação política de pessoas negras, tampouco para cercear manifestações legítimas de combate ao preconceito, à discriminação e à violência contra elas”.
Só que o Código Penal diz (grifei):
“Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência.
E instituições republicanas, moribundas como quem está numa UTI aguardando passar desta para melhor, não fazem nadinha de nada.
Assistem de camarote a derrocada das instituições brasileiras e, quando se levantam, apenas batem palmas para um show disfarçado de bondade.
A Câmara de Vereadores e o Tribunal de Justiça não repudiaram a atitude de Barroso, que desrespeitou a separação de poderes, o sistema federativo, a democracia, enfim, o Código Penal, o legislativo. Só quem pode legislar sobre matéria penal é a União pelo Congresso Nacional. O povo é quem diz o que é o que não é crime.
Infelizmente, a pior ditadura tem o martelo nas mãos, no coração a crença invertida de que tudo é possível aquele que não crê e, na boca, frases decoradas pela “democracia”, palavra repetida ad nausean até convencer mais por chateamento do que por verdade. Como aquela viúva pobre que conseguiu convencer o juiz iníquo a julgar o seu caso. Aqui, as coisas se invertem. Não é o juiz iníquo quem faz corpo mole, pois ele julga rapidinho. Dá um jeito.
Deus me livre desses gafanhotos. Nem inseticida, Detefon, água benta, cruz, jejum, oração, nada disso resolve mais. Só as urnas.
Sérgio Mello. Defensor público em Santa Catarina