O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou nesta sexta-feira (28) a retirada do ar de dois grupos no Telegram com apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que contavam, somados, mais de 200 mil participantes.
As páginas em questão, intituladas 70 Milhões Eu Voto em Bolsonaro Nova Direita e 70 Milhões 2 eu voto em Bolsonaro Nova Direita, já apareciam fora do ar no início da tarde desta sexta. Ao tentar acessá-las, o usuário recebe como resposta a seguinte frase: “Esse grupo não pode ser exibido porque violou as leis locais”.
Na decisão em que determinou a derrubada das páginas, Moraes afirmou que a atuação dos grupos “vem a público em conjunto com uma série de falas odiosas e com expressa apologia à prática de atos criminosos e violentos, como agressões físicas a opositores, em detrimento da liberdade de voto, assim como o atentado a vida de uma autoridade do Poder Judiciário Eleitoral”.
Em um dos áudios publicados no grupo 70 Milhões Eu Voto em Bolsonaro Nova Direita, e que foram analisados pelo tribunal, o empresário Jackson Villar, um dos líderes da página, diz: “Eu estou cansado de ver frouxo. Tem que quebrar no pau, tem que acabar, pegar uma urna dessa e quebrar ela todinha no pau”.
Já em outro momento, o empresário afirma: “A vontade que eu tenho é de meter bala na cabeça do Xandão, só não tive oportunidade ainda”. Além disso, ao comentar o ocorrido envolvendo o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), que foi preso no último domingo (23) após reagir a tiros contra policiais federais que cumpriam um mandado de prisão contra ele, Villar disse: “O exército tem que chegar prendendo os policiais federais”.
Além dos grupos excluídos, Villar gerencia outras duas páginas que seguem ativas no Telegram: Canal Nova Direita #70Milhões #OBrasilemBrasília, com 20 mil membros; e Carta do Bolsonaro, com pouco mais de 1.700 membros.