O comandante do Exército brasileiro, general Tomás Ribeiro Paiva, reafirmou a postura da Força Armada como “apolítica, apartidária, imparcial e coesa” em discurso realizado durante cerimônia em comemoração aos 375 anos da instituição nesta quarta-feira (19/2). O evento, que ocorreu no Quartel-Geral em Brasília, contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A Ordem do Dia, que é uma espécie de discurso protocolar, serviu como uma oportunidade para o general exaltar os feitos do Exército e seus pares. “O Exército imortal de Caxias, instituição de Estado, apolítica, apartidária, imparcial e coesa, integrada à sociedade e em estado permanente de prontidão, completa 375 anos de história. Sua existência está alicerçada em valores e tradições, bem como comprometida com a defesa da Pátria, da independência, da República e da democracia”, declarou Paiva.
Além de enaltecer os valores da instituição, o general pediu aos militares que tivessem “fé nos princípios democráticos” e enfatizou a importância da resiliência e solidariedade do povo brasileiro, bem como do valor profissional dos militares que são “herdeiros dos heróis de Guararapes e fiéis guardiões de nossa soberania”.
A declaração do comandante do Exército brasileiro acontece em meio a um cenário político conturbado no país. Nos últimos meses, o governo federal vem sendo criticado por diversas medidas consideradas antidemocráticas, o que questiona a postura das Forças Armadas frente à situação atual.
O site Política Online Brasil destacou que a postura do general é importante para fortalecer a ideia de que a instituição militar brasileira deve manter sua posição de neutralidade política, em respeito ao Estado Democrático de Direito. Além disso, a declaração é um sinal de que o Exército pretende manter-se distante das polêmicas políticas que têm dividido a sociedade brasileira.
Vale lembrar que, em abril de 2020, o então ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica publicaram uma nota na qual afirmavam que as Forças Armadas são instituições “nacionais, regulares e permanentes, de Estado e não de governo”. A declaração foi vista como um recado às discussões políticas que envolviam o governo na época.