O ministro-chefe interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ricardo Cappelli, entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) mais de 900 horas de gravações de câmeras de segurança do Palácio do Planalto. A entrega foi efetuada para atender a uma determinação do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito que apura as manifestações do 8 de janeiro. Ao todo, são mais de 30 câmeras instaladas em áreas internas e externas do prédio.
As imagens revelam a movimentação dos manifestantes no prédio do Executivo, além do então ministro-chefe do GSI, Gonçalves Dias, em meio aos invasores. As cenas apontam como o GSI agiu naquela tarde e levantaram suspeitas de colaboração e omissão das autoridades. Na ocasião, as sedes do STF, do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional foram depredadas.
Moraes afirmou que as investigações dos atos exige não apenas punição àqueles que “criminosamente pretenderam causar ruptura do Estado Democrático de Direito”, mas também aos agentes públicos civis e militares que “foram coniventes ou deixaram de exercer suas atribuições legais”. O ex-ministro Gonçalves Dias declarou em depoimento ter entregue as imagens às instituições de Estado, contradizendo a cobrança de Moraes pela quebra do sigilo das gravações e entrega na íntegra do material. Ele ainda afirmou que houve um “apagão” geral no sistema de inteligência, por falta de informações dadas pelas autoridades para aquele dia.