Em uma entrevista ao Correio, Doria destacou a importância do agronegócio e enfatizou que não deve haver uma visão de que o setor é exclusivamente bolsonarista. Segundo ele, o agronegócio pertence ao Brasil como um todo, e o governo precisa compreender isso, deixando de lado questões ideológicas, partidárias e políticas.
Doria também mencionou a necessidade de uma maior presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil ou de uma delegação de responsabilidades ao vice-presidente Geraldo Alckmin, que possui vasta experiência política após governar São Paulo por 16 anos. Para Doria, Lula e seu governo precisam intensificar o diálogo com o setor privado, o setor produtivo, o agronegócio, o setor financeiro, a indústria e o comércio, visando encontrar soluções comuns em prol do país.
Ao ser questionado sobre a avaliação dos primeiros seis meses do governo Lula, Doria elogiou o esforço do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na busca pelo entendimento do arcabouço fiscal e da reforma tributária. Ele ressaltou a importância de mais diálogo, pacificação e busca por pontos comuns, destacando que o sucesso na parte econômica será fundamental para uma boa avaliação do governo como um todo.
Questionado sobre os acertos e erros do governo, Doria preferiu destacar os acertos, especialmente na pauta ambiental. Segundo ele, o Brasil deu um salto nessa área, que antes era deficitária, e agora demonstra compromisso com a descarbonização, a preservação da Amazônia e os compromissos internacionais relacionados ao meio ambiente. Doria ressaltou que essa postura tem sido bem recebida pelos países do primeiro mundo.
No entanto, ele alertou que a questão ambiental também é utilizada politicamente por países concorrentes do Brasil, como a União Europeia e os Estados Unidos, e destacou a importância de o governo dialogar com o setor do agronegócio para evitar conflitos e proteger os interesses nacionais.
Doria concluiu a entrevista falando sobre o futuro do centro político no Brasil. Embora evite fazer previsões, ele destacou a importância do bom senso prevalecer e ressaltou que o extremismo não.