Escândalo na TV Globo: ex-repórter processa a emissora por perseguição e humilhação


Repórter da TV Globo processa emissora por perseguição e humilhação durante gravidezes


Nesta semana, veio à tona um processo movido pela jornalista Iana Coimbra, que trabalhou como repórter da TV Globo em Minas Gerais por oito anos. Segundo informações do site NaTelinha, a profissional está processando a emissora por ter sido submetida a episódios de perseguição, humilhação e discriminação de gênero em razão de suas gravidezes.


De acordo com relatos de Iana Coimbra, durante sua segunda gestação, ela estava extremamente traumatizada pelo assédio que enfrentou na primeira gravidez. A repórter chegou a apresentar o jornal MG2 com sangramentos, temendo que ocorressem novos constrangimentos. Por receio, ela decidiu esconder sua condição do diretor de jornalismo.


O primeiro caso de abuso que Iana enfrentou na empresa foi quando ela anunciou sua gravidez à direção da TV Globo, quando estava na décima semana de gestação. Na ocasião, ela foi intimidada por Clécio Vargas, então chefe de redação, que sugeriu que ela teria chegado grávida ao canal, insinuando que a gestação ocorreu pouco tempo depois de sua contratação.


No processo movido pela jornalista, são relatadas fases delicadas de sua vida que antecederam a gravidez, como um aborto ocorrido dois meses antes e uma recente batalha contra o câncer. Os advogados de Iana alegam que a ciência da gravidez deixou a reclamante extremamente abalada, uma vez que ela acabara de ser contratada e se sentia constrangida em expor sua intimidade, pois a gravidez muitas vezes sofre conotação pejorativa.


A jornalista descreveu que, sob o olhar de desconfiança dos colegas de trabalho, o ambiente se tornou hostil, sendo tratada de forma sorrateira, covarde e humilhante pelo simples fato de estar grávida. Após retornar da licença-maternidade, Iana Coimbra foi escalada para trabalhar no plantão da madrugada do Carnaval, até às 4h da manhã, o que não permitia o direito à amamentação de sua filha. O esposo comparecia à porta da emissora para que a amamentação pudesse ser realizada dentro de um veículo parado na rua, uma situação considerada horrível, humilhante e devastadora.


Além dos episódios de perseguição e humilhação, a emissora também é acusada de sonegar direitos trabalhistas, impor acúmulo de funções e não remunerar adequadamente tarefas extraordinárias. Iana Coimbra relata que, quando Marcelo Moreira assumiu a direção de jornalismo da Globo Minas, em 2019, ela teve mais oportunidades no canal. No entanto, quando engravidou pela segunda vez, os sentimentos de medo, angústia e sofrimento retornaram.


Ao informar o diretor Marcelo Moreira sobre a gravidez, Iana recebeu a seguinte resposta: "Nossos planos para você mudam a partir de


 agora; não posso colocar uma apresentadora grávida na bancada". A partir desse momento, novas perseguições a empurraram para um pedido de demissão, e a jornalista deixou de fazer parte do quadro de funcionários da emissora em abril de 2023.


O processo movido por Iana Coimbra contra a TV Globo levanta importantes questões sobre discriminação de gênero, assédio e desrespeito aos direitos trabalhistas. A repercussão desse caso pode trazer à tona a necessidade de mudanças na cultura e nas práticas das empresas, visando um ambiente de trabalho mais justo e igualitário para todas as mulheres, independentemente de sua condição gestacional. A TV Globo ainda não se manifestou oficialmente sobre o assunto.

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