Deputado cassado Deltan Dallagnol renuncia a recurso no STF e critica a Corte
Nesta segunda-feira (18), o ex-deputado e ex-procurador da República, Deltan Dallagnol, do partido Podemos-PR, anunciou que não irá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar recuperar seu mandato cassado. Em uma nota compartilhada com a imprensa, Dallagnol afirmou que "não há justiça no Supremo".
Ele expressou suas preocupações, alegando que seria julgado pelos mesmos ministros que cassaram seu mandato e criticou o STF, afirmando que eles também "mataram a Lava Jato". Ao abrir mão do recurso, Dallagnol também abdica de um retorno à vida política nos próximos oito anos, uma vez que ficou inelegível devido à cassação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A decisão do TSE foi baseada na Lei da Ficha Limpa, que proíbe magistrados e membros do Ministério Público de disputar eleições se tiverem processos administrativos pendentes. O TSE considerou que Dallagnol se desligou do Ministério Público Federal com antecedência da eleição, prevendo que os procedimentos disciplinares pendentes poderiam prejudicar sua candidatura.
Embora Dallagnol ainda pudesse acionar o STF, as chances de vitória eram vistas como pequenas, uma vez que o Supremo tem uma maioria contrária à Lava Jato, liderada pelo ministro Gilmar Mendes, que é um desafeto do ex-deputado. Além disso, ministros que votaram pela cassação de seu registro de candidatura no TSE também participariam de um eventual julgamento no STF.
Em uma carta aberta, Dallagnol aumentou suas críticas ao Supremo, questionando a "credibilidade" da Corte e acusando-a de tomar decisões "cada vez mais arbitrárias". Ele também expressou descontentamento com ministros que ele alega terem mudado suas posturas de garantistas para punitivistas, dependendo de quem é considerado adversário do sistema.
Com essa decisão, Dallagnol encerra uma importante fase de sua carreira política e jurídica, deixando em aberto seu futuro após oito anos de inelegibilidade.