Voto secreto no STF ofuscaria princípio da transparência, diz Lira


Arthur Lira Opina Sobre o Debate do Voto Secreto no STF

 O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), expressou suas preocupações sobre a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de tornar os votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) secretos. Essa discussão surgiu após Lula defender que os votos dos ministros do STF não deveriam ser divulgados publicamente.

Lira abordou essa questão em seu pronunciamento na Câmara nesta terça-feira, destacando que essa proposta poderia ofuscar o princípio da transparência, um elemento crucial no processo democrático. Ele mencionou que não estava ciente dos motivos que levaram o presidente Lula a fazer essa declaração.

"O princípio da transparência, que é tão exigido no televisionamento das decisões, vai ficar ofuscado. Mas longe de mim saber quais são os motivos que foram tratados para dar uma declaração como essa", afirmou Lira ao chegar na Câmara.

Além disso, Lira observou que vários juristas e ex-ministros já se manifestaram contrários à proposta de tornar o voto no STF secreto. Essa sugestão gerou um debate considerável na esfera política e jurídica, com diferentes opiniões sobre os prós e contras da medida.

A fala de Lula ocorreu em meio a críticas à votação do indicado por ele ao STF, Cristiano Zanin, cujos votos têm sido alvo de críticas da militância de esquerda por supostamente não estarem alinhados com posições progressistas. No entanto, Lula não mencionou Zanin diretamente e afirmou que seu discurso estava relacionado à segurança dos magistrados.

"Se eu pudesse dar um conselho, é o seguinte: a sociedade não tem que saber como é que vota um ministro da Suprema Corte", disse Lula em sua live semanal.

"Acho que o cara tem que votar e ninguém precisa saber. Voto, a maioria [ganha]. 5 a 4, 6 a 4, 3 a 2. Não precisa ninguém saber se foi o Uchôa que votou, se foi o Camilo que votou", continuou Lula, referindo-se ao jornalista Marcos Uchôa e ao ministro Camilo Santana, da Educação, que estavam presentes na live.

O presidente Lula argumentou que essa medida poderia ajudar a reduzir a polarização e os conflitos que surgem em decorrência de decisões judiciais. Ele expressou preocupação com a segurança dos ministros do STF, alegando que alguns podem enfrentar hostilidades em público devido a suas decisões.

Essa proposta de voto secreto no STF provocou debates intensos sobre a importância da transparência nas decisões judiciais, bem como sobre a privacidade e segurança dos magistrados. O assunto continuará sendo discutido e analisado nos círculos políticos e jurídicos do país.

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