Deputado Paparico Critica Veto de Lula ao Marco Temporal e Alerta para Demarcações de Terras Indígenas em Áreas Urbanas
Em uma reunião ordinária da Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (AL-RS) na terça-feira (24), o deputado Paparico Bacchi, reconhecido como um dos maiores defensores do setor agropecuário no Brasil, fez declarações incisivas contra o veto do Presidente Lula ao Projeto de Lei do Marco Temporal.
Paparico afirmou que a decisão do chefe do Executivo Federal representa uma perseguição aos produtores rurais e declarou: "Lula está rasgando a Constituição Brasileira, porque vetou os principais pontos do projeto. Tenho dialogado permanentemente com a nossa Frente Parlamentar da Agricultura (FPA) em Brasília, com o senador Heinze, com o senador Mourão, com o deputado Giovani Cherini e os nossos deputados federais para conseguir a maioria absoluta na Câmara dos Deputados e no Senado, e derrubar o veto do presidente."
Além disso, o deputado destacou a situação no município de Vicente Dutra, no Noroeste do RS, como um exemplo de uma região afetada pelas demarcações de áreas indígenas, afirmando: "Temos 230 famílias em 711 hectares neste município e os indígenas que estão lá estão reivindicando inclusive parte do perímetro urbano."
Ele revelou que no Rio Grande do Sul já existem 621 áreas demarcadas, com 120 em estudo e 487 reivindicadas, o que equivale a destinar aos povos indígenas uma área correspondente a 38,4% do território da Europa. Paparico enfatizou sua oposição a essa prática, afirmando: "Não há como concordarmos com esta arbitrariedade. Precisamos cobrar da base do presidente Lula e pedir que ele reveja essa decisão."
O deputado ainda alertou para a possibilidade de áreas urbanas de Porto Alegre serem alvo de demarcações de terras indígenas, mencionando o Lami e a Lomba do Pinheiro como possíveis áreas afetadas. Ele expressou preocupação com a situação dos pequenos agricultores, afirmando que o Brasil poderia enfrentar uma situação anárquica devido à decisão do presidente da República.
Os comentários de Paparico Bacchi surgem em um momento de grande debate sobre questões relacionadas ao agronegócio e à demarcação de terras indígenas no Brasil.