Na manhã desta segunda-feira, um grupo de brasileiros repatriados da Faixa de Gaza desembarcou no Brasil, marcando o retorno de cidadãos que estavam em uma região marcada por conflitos e desafios humanitários. O voo humanitário, organizado pelo governo brasileiro em parceria com organizações internacionais, trouxe de volta ao país compatriotas que enfrentaram momentos difíceis na região.
Enquanto o Brasil recebia seus cidadãos de volta, uma polêmica surgia em Brasília, envolvendo o Ministério da Justiça. O secretário de Assuntos Legislativos, Elias Vaz, assumiu a responsabilidade por um "erro" que permitiu a participação da esposa de um líder do Comando Vermelho, conhecida como a "dama do tráfico amazonense", em encontros com autoridades da pasta.
Luciane Barbosa Farias, esposa de Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, fez parte de uma comitiva que visitou diversas autoridades em Brasília em março e maio deste ano. Elias Vaz alegou que Luciane estava presente como "acompanhante" e que sua participação se limitou a discutir supostas irregularidades no sistema penitenciário.
No entanto, Vaz reconheceu a falha ao não realizar uma verificação mais profunda das pessoas que iria receber. Em entrevista coletiva, ele afirmou: "Se teve algum erro, esse erro foi de minha parte por não ter feito uma verificação mais profunda das pessoas que eu iria receber."
O ministro da Justiça, Flávio Dino, também se pronunciou sobre o incidente, afirmando nunca ter recebido, em audiência no Ministério da Justiça, líder de facção criminosa, sua esposa, parente ou vizinho.
Diante do ocorrido, o Ministério da Justiça tomou medidas imediatas, editando uma portaria para endurecer as regras de visitas à sede da pasta. Essa medida, que será publicada no Diário Oficial da União, visa controlar com mais rigor os acessos e submeter os nomes dos visitantes a uma análise prévia.
O Ministério justificou a necessidade de reforçar o controle de acesso, citando a impossibilidade de detectar previamente a presença de Luciane na comitiva que visitou o Palácio da Justiça. A falta de controle representa um risco para os servidores, e a nova portaria busca evitar incidentes similares no futuro.
Luciane Barbosa Farias, conhecida como a "dama do tráfico amazonense", enfrenta uma condenação de dez anos de prisão por organização criminosa, lavagem de dinheiro e associação para o tráfico. Seu marido, Tio Patinhas, está cumprindo uma sentença de 31 anos de reclusão por associação para o tráfico, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.
Enquanto a repatriação dos brasileiros da Faixa de Gaza representa um momento de acolhimento e solidariedade, a polêmica em torno do encontro no Ministério da Justiça destaca a importância de reforçar os protocolos de segurança e controle de acessos em instituições governamentais. O episódio ressalta a necessidade de vigilância constante para garantir a integridade e a transparência nas interações com autoridades.