Alerta do Kremlin: Envio de Tropas Americanas à Finlândia Gera Tensões com a Rússia
Em uma entrevista coletiva telefônica realizada nesta sexta-feira (15), o Kremlin fez um alerta contundente, declarando que o envio de tropas americanas para o território finlandês, agora membro da Otan, representa uma ameaça evidente para a Rússia. O porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, expressou suas preocupações, destacando que a presença da infraestrutura militar aliada na Finlândia é percebida como uma ameaça clara pelos russos.
"É claro que agora que a Finlândia é membro da Otan e que a infraestrutura militar aliada entrará na Finlândia, para nós isso será uma ameaça, isso é totalmente evidente", afirmou Peskov durante a coletiva.
Peskov manifestou seu pesar pela deterioração das relações entre Rússia e Finlândia, mencionando o histórico de relações magníficas e respeito mútuo que agora parece ameaçado. Ele destacou que anteriormente não havia ameaças nem problemas entre os dois países, ressaltando a importância da cooperação pacífica.
A tensão entre Rússia e Finlândia aumentou ainda mais com a recente decisão de Helsinki de reabrir dois postos fronteiriços com a Rússia, apenas para fechá-los 24 horas depois devido ao aumento do fluxo de migrantes vindos do Oriente Médio.
Peskov, ao abordar essa situação, expressou preocupação adicional, indicando que a entrada da Finlândia na Otan e o subsequente acordo de cooperação em defesa com os Estados Unidos contribuirão para a escalada da tensão entre os dois países.
O acordo de cooperação em defesa (DCA, na sigla em inglês) entre Finlândia e Estados Unidos, que permite o uso de 15 bases militares finlandesas por tropas americanas, foi anunciado pelo governo finlandês na quinta-feira (14). O Ministério das Relações Exteriores finlandês divulgou um comunicado explicando que o DCA fortalecerá a defesa do país nórdico, facilitando a presença e treinamento de forças americanas, além do armazenamento de material de defesa em seu território.
A Finlândia, país da União Europeia com a fronteira mais extensa com a Rússia, abandonou sua política de neutralidade após a invasão russa da Ucrânia e concluiu sua entrada na Otan em abril do último ano. A decisão finlandesa de unir-se à Aliança Atlântica e estabelecer um pacto bilateral de defesa com os Estados Unidos provocou a ira do Kremlin, que ameaçou adotar contramedidas, inclusive "técnico-militares", caso o acordo DCA fosse assinado por Helsinque.
O futuro das relações entre Rússia, Finlândia, e a Otan permanece incerto, enquanto as tensões continuam a se intensificar na região.