Michelle Bolsonaro Ironiza Declaração de Ministro Sobre Móveis "Desaparecidos" do Palácio do Planalto
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro lançou críticas contundentes contra o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Paulo Pimenta, em resposta às declarações deste sobre o paradeiro dos 261 móveis do Palácio do Planalto, que supostamente teriam desaparecido. Em seus stories no Instagram, Michelle não apenas desmentiu Pimenta, mas também fez uma ironia ao apelido atribuído a ele na lista de propina da Odebrecht, chamando-o de "Montanha".
As declarações de Pimenta ocorreram nesta quinta-feira (21), quando ele afirmou que os móveis estavam "danificados e muito estragados". No entanto, a reação de Michelle Bolsonaro não se fez esperar, e ela utilizou suas redes sociais para contestar diretamente o ministro e lançar uma provocação sutil, apontando para a falta de credibilidade de suas afirmações.
"Ninguém acredita mais nessa 'montanha' de mentiras", escreveu a presidente do PL Mulher, em referência à declaração de Pimenta e ao apelido que ele teria recebido na lista de propina da empreiteira Odebrecht.
A controvérsia em torno dos móveis "desaparecidos" do Palácio do Planalto remonta ao período de transição de governo, no final de 2022, quando o presidente Lula alegou que o casal Bolsonaro havia "levado tudo". Na época, o governo federal justificou a ausência dos bens afirmando que havia sido necessário adquirir novos móveis de luxo.
No entanto, uma reportagem do jornal Folha de São Paulo, publicada na última quarta-feira (20), revelou que os itens supostamente "desaparecidos" estavam, na verdade, espalhados pelas dependências do Palácio da Alvorada. Diante disso, Paulo Pimenta veio a público para esclarecer a situação, explicando que os móveis estavam "espalhados por depósitos" do Alvorada e que muitos deles foram encontrados em estado de deterioração.
"Não havia nenhum tipo de controle. Ao longo do ano, nós conseguimos encontrar esses itens. Muitos desses itens, inclusive, eram itens que estavam danificados, eram móveis que estavam muito estragados, espalhados por depósitos", declarou o ministro da Secom.
A troca de acusações entre o governo e seus críticos levantou questionamentos sobre a transparência na gestão dos bens públicos e a responsabilidade pela preservação do patrimônio nacional. Enquanto os defensores do governo insistem em atribuir a responsabilidade pela situação aos governos anteriores, os opositores argumentam que a falta de controle e alegações de danos aos móveis revelam uma negligência por parte da administração atual.
Diante desse cenário, a polêmica em torno dos móveis do Palácio do Planalto parece longe de chegar a uma conclusão, deixando em aberto questões sobre a responsabilidade pelo suposto desaparecimento e o estado de conservação dos bens públicos. Enquanto isso, figuras proeminentes como Michelle Bolsonaro e Paulo Pimenta continuam a protagonizar embates públicos, alimentando um debate que vai além das questões materiais e adentra o campo político e ideológico.