Governo Lula Anuncia Rodízio nos Conselhos das Estatais Brasileiras
O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, anunciou nesta terça-feira, 12 de março de 2024, que o governo Lula promoverá um "rodízio" nos conselhos das estatais do país. Essa medida surge após o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ter mencionado publicamente a possibilidade de intervir na Petrobras.
"Esse rodízio nós vamos fazer em outros lugares, rodízio de pessoas de um conselho para outro. Até para oxigenar os conselhos das estatais, a gente vai fazer com algumas pessoas esse rodízio. Não é exclusivo da Petrobras, nós haveremos de fazer esse rodízio em outros conselhos também", afirmou Costa.
Lula decidiu que o Ministério da Fazenda ocupará uma das seis cadeiras do governo no conselho da Petrobras. O indicado para essa posição é o secretário-executivo-adjunto da Fazenda, Rafael Dubeux, conforme reportado pelo portal G1.
### Decisão Influenciada por Lula
A decisão de realizar esse rodízio nos conselhos das estatais ocorre em meio à preocupação do governo com o desempenho da Petrobras. Em uma reunião realizada na segunda-feira, 11 de março, Lula se encontrou com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir a situação da empresa diante do recente declínio nas ações na bolsa de valores.
O último balanço financeiro da Petrobras referente ao quarto trimestre ficou 14% abaixo da previsão dos analistas. Essa queda nas ações foi ainda mais acentuada após a decisão da empresa de não distribuir dividendos extraordinários aos acionistas. Em vez disso, a Petrobras optou por guardar 42 bilhões de reais em um fundo de reserva, uma medida defendida publicamente por Lula.
Em uma entrevista ao SBT, veiculada na noite de segunda-feira, 11, Lula expressou sua frustração com a situação, citando a falta de retorno para a população diante dos recordes alcançados pela Petrobras em diferentes áreas.
### Carta-Renúncia na Vale e Repercussão
O anúncio da dança da cadeira nos conselhos das estatais acontece no mesmo dia em que circula uma carta-renúncia enviada ao presidente do Conselho de Administração da mineradora Vale. Na carta, o conselheiro independente José Luciano Duarte Penido alega que o processo de sucessão da empresa tem sido conduzido de forma manipulada e não atende aos interesses da empresa, sofrendo influência política.
A notícia da dança da cadeira nos conselhos das estatais brasileiras dificilmente dissipará o clima de incerteza e tensão no ambiente corporativo, especialmente diante das preocupações levantadas por renomados membros do conselho da Vale.