O jornal afirmou que Toffoli não se mostrou preocupado com a impropriedade da viagem em si, mas sim com o fato de a imprensa ter divulgado e exposto as circunstâncias que envolvem o caso. A viagem, que contou com a presença de outros ministros da Corte, como Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, para participar do Fórum Brasil de Ideias, foi alvo de críticas por ser financiada por empresas privadas com interesses em ações que tramitam no STF.
Em suas declarações à Folha de S.Paulo, Toffoli classificou as reportagens como "absolutamente inadequadas, incorretas e injustas". No entanto, segundo o Estadão, o ministro não apresentou argumentos concretos para sustentar sua posição, limitando-se a desqualificar as informações veiculadas pela imprensa.
O editorial do jornal destacou que o problema não está nas viagens em si, mas sim na prática recorrente de ministros de tribunais superiores receberem favores e regalias de empresas privadas, o que pode comprometer a integridade da Justiça. Além disso, o Estadão ressaltou a necessidade de Toffoli e seus colegas de Corte exercerem maior transparência e responsabilidade em suas ações.
Diante das críticas, Toffoli não se calou e reagiu, afirmando que as acusações do jornal são injustas e inadequadas. Ele defendeu sua participação no evento em Londres como uma oportunidade de troca de conhecimentos e experiências com outros profissionais do Direito e acadêmicos. Segundo o ministro, tais eventos são comuns e contribuem para o aprimoramento do debate jurídico no país.
Toffoli também rebateu a insinuação de que sua viagem teria sido financiada por empresas com interesses no STF, afirmando que todas as despesas foram devidamente custeadas por ele próprio ou pela Corte. Ele ressaltou ainda que não houve qualquer irregularidade ou conflito de interesses em sua participação no evento em Londres.
No entanto, as declarações do ministro não foram suficientes para dissipar as dúvidas levantadas pelo Estadão e por outros veículos de imprensa. A polêmica em torno da viagem de Toffoli e de outros ministros do STF continua a gerar debates acalorados sobre a ética e a transparência no Poder Judiciário.
Enquanto isso, a sociedade aguarda por respostas concretas e medidas efetivas por parte das autoridades competentes para garantir a integridade e a credibilidade das instituições democráticas do país. Afinal, a justiça não só deve ser feita, mas também deve parecer ser feita, conforme preceitua o princípio democrático da transparência e da imparcialidade.