Durante o discurso no evento em comemoração ao Dia do Trabalhador, organizado pelas centrais sindicais em São Paulo, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, expressou clara frustração devido à baixa adesão ao ato. O evento, realizado no estacionamento do estádio do Corinthians, em Itaquera, não alcançou a participação esperada, levando o presidente a criticar publicamente a forma como o mesmo foi convocado.
No palco, enquanto apresentava seus ministros, Lula direcionou suas críticas a Márcio Macedo, titular da Secretaria-Geral da Presidência, atribuindo-lhe a responsabilidade pelo movimento social brasileiro e insinuando que o fracasso do evento estava ligado à convocação inadequada.
"Ele [Márcio Macedo] é responsável pelo movimento social brasileiro. Não pense que vai ficar assim. Vocês sabem que ontem eu conversei com ele sobre esse ato e eu disse para ele: 'Oh Márcio, o ato está mal convocado. O ato está mal convocado. Nós não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar'. Mas, de qualquer forma, eu estou acostumado a falar com mil, com um milhão [de pessoas], mas também, se for necessário, eu falo apenas com a senhora maravilhosa que está aqui na minha frente pra conversar com a gente", disse o petista.
Essas declarações refletem a preocupação do presidente com a imagem do evento e sua determinação em manter uma conexão direta com o público, mesmo diante de uma plateia reduzida. A atitude de Lula também expõe as tensões internas dentro do governo, destacando divergências sobre a organização e o planejamento de eventos políticos importantes.
Enquanto isso, a reação nas redes sociais e na mídia foi rápida, com alguns analistas políticos e críticos aproveitando a oportunidade para questionar a eficácia da liderança de Lula e apontar possíveis fissuras em sua base de apoio.
Além disso, a falta de adesão ao evento também levantou dúvidas sobre a capacidade de mobilização do Partido dos Trabalhadores (PT) e de suas afiliadas, em um momento crucial em que se aproximam as eleições municipais e o cenário político nacional se torna cada vez mais incerto.
Diante desse contexto, as próximas ações do governo e do próprio presidente serão acompanhadas de perto, com foco tanto na capacidade de recuperação política após esse revés quanto na habilidade de gerenciar eventuais conflitos internos e externos que possam surgir.