O vídeo impulsionado na página oficial de Lula no Facebook durante a campanha eleitoral de 2022 foi o ponto central da controvérsia. O conteúdo incluía trechos de pronunciamentos de Bolsonaro, incluindo um momento em que o então presidente simulou um paciente com falta de ar, em alusão a um dos sintomas da Covid-19. Além disso, o vídeo continha declarações de entrevistados criticando o ex-presidente.
O ministro Azevedo Marques, relator do caso, ressaltou que a legislação eleitoral proíbe a veiculação de campanhas negativas, permitindo o impulsionamento apenas de publicações que promovam ou beneficiem candidatos e suas agremiações. Além disso, o material publicitário em questão estava em desacordo com a legislação, pois não continha informações sobre o CNPJ ou CPF do responsável pelo impulsionamento, nem a expressão "propaganda eleitoral", conforme exigido.
A defesa de Lula argumentou que o vídeo não constituiu uma campanha difamatória, pois simplesmente reproduzia as falas de Bolsonaro sobre violência, armas e a pandemia. Eles afirmaram que a simulação de uma pessoa com Covid-19 por Bolsonaro em tom de zombaria não era um conteúdo falso, pois foi veiculada pelo próprio representante em uma live semanal e noticiada em diversos jornais tradicionais.
O julgamento do TSE levantou debates sobre os limites da propaganda eleitoral e a liberdade de expressão durante as campanhas políticas. Enquanto alguns argumentam que é importante garantir que os candidatos não promovam mensagens difamatórias ou enganosas, outros expressam preocupações sobre a possibilidade de censura e restrições à liberdade de expressão.
Além da multa imposta a Lula, a Coligação Brasil da Esperança, que tinha o petista como candidato à Presidência da República, também foi multada em R$10 mil. As repercussões dessa decisão do TSE continuam sendo debatidas, com diferentes setores políticos e sociais expressando opiniões divergentes sobre o assunto.
Enquanto isso, o ambiente político brasileiro permanece tenso, com a polarização e os confrontos entre diferentes grupos se intensificando. O caso destaca a importância do papel do TSE na regulação e aplicação das leis eleitorais, bem como a necessidade de os candidatos respeitarem os limites estabelecidos para a propaganda durante as campanhas eleitorais.