O desembargador aposentado Sebastião Coelho foi aplaudido de pé após sua contundente participação na audiência pública sobre a situação dos presos políticos no Brasil. O evento foi organizado pelo deputado Coronel Meira na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados. Durante seu discurso, Coelho fez críticas incisivas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e pediu a aprovação urgente de um projeto de anistia para os detidos.
Sebastião Coelho, conhecido por sua postura crítica em relação ao Judiciário, especialmente ao ministro Alexandre de Moraes, destacou na audiência um ponto polêmico. Segundo ele, Moraes confessou em uma entrevista que conversou com o presidente Lula e o Advogado-Geral da União, orientando-os sobre como proceder em questões judiciais. "Como que um juiz conversa com o interessado? Com a parte interessada? Com o advogado que vai fazer o pedido? E esse juiz tem a coragem de ser o julgador da causa? Isso é surreal", afirmou Coelho, recebendo aplausos entusiasmados da plateia.
O desembargador aposentado cobrou ações concretas dos parlamentares presentes, enfatizando a necessidade urgente de aprovar o projeto de anistia. "Esta audiência tem que ter consequência. E a consequência é que o parlamento brasileiro caminhe para aprovar o projeto de anistia, que deveria ser de absolvição. O que mais de urgente essa Casa tem pra fazer do que esse projeto?", questionou.
Durante seu discurso, Coelho também responsabilizou diretamente Alexandre de Moraes pela morte de Cleziano Barbosa, conhecido como Clezão. "Não se enganem. Quem está com tornozeleira está preso. Pessoas estão presas. Mortas! A responsabilidade pela morte do Clezão é do ministro Alexandre de Moraes. O sangue do Clezão está nas mãos do ministro Alexandre de Moraes. Eu já disse isso e repito", afirmou enfaticamente.
A audiência pública, marcada por momentos de grande emoção e indignação, também trouxe críticas severas ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Coelho acusou Pacheco de ser cúmplice das ações arbitrárias que, segundo ele, têm sido cometidas. "Deveriam ter um freio. Deveriam ter um controle. Mas o senhor senador Rodrigo Pacheco é cúmplice de tudo isso, ele é conivente com tudo o que está acontecendo. Passará como um nada para a História, passará como zero para a História, pela sua conivência, pela sua parceria com o arbítrio", disse.
Dirigindo-se diretamente aos familiares dos presos pelo ato de 8 de janeiro, o desembargador ofereceu uma mensagem de esperança e solidariedade. "Nós vamos trabalhar num procedimento para colocar a suspeição do ministro Alexandre de Moraes por sua confissão de que orientou a parte antes de receber o pedido para decidir sobre a prisão de todos, para levar à anulação de todos os processos. Se não for aqui nesta Corte, será em cortes internacionais", garantiu.
O discurso de Sebastião Coelho foi amplamente compartilhado nas redes sociais, gerando um intenso debate sobre a atuação do STF e a necessidade de revisão das prisões realizadas em decorrência dos protestos de janeiro.
A audiência pública, organizada pelo deputado Coronel Meira, evidenciou a crescente insatisfação de setores da sociedade com o atual cenário político e judicial do Brasil. A pressão para que o Congresso Nacional tome medidas concretas em relação à anistia dos presos políticos aumentou significativamente após o evento.
Especialistas políticos avaliam que a pressão pública e a mobilização social podem acelerar o processo de tramitação do projeto de anistia. "O Congresso precisa ouvir a voz das ruas e agir de acordo com os interesses do povo. A anistia dos presos políticos é uma demanda urgente e legítima", afirmou o cientista político Ricardo Silva.
Enquanto isso, os familiares dos detidos aguardam ansiosamente por uma resolução. "Temos esperança de que a justiça será feita e que nossos entes queridos serão libertados em breve", disse Maria Fernanda, esposa de um dos presos, durante a audiência.
A participação do desembargador aposentado Sebastião Coelho na audiência pública sobre a situação dos presos políticos no Brasil marcou um ponto de inflexão no debate sobre o tema. Suas críticas ao STF, especialmente ao ministro Alexandre de Moraes, e o apelo por uma anistia imediata, ressoaram fortemente entre os presentes e na sociedade em geral.
A repercussão da audiência nas redes sociais e na mídia tradicional destacou a urgência do tema e a necessidade de uma resposta rápida e eficaz por parte do Congresso Nacional. À medida que a pressão pública aumenta, espera-se que os parlamentares ajam com celeridade para atender às demandas por justiça e liberdade para os presos políticos no Brasil.