Javier Milei recebe medalha por “tirar os grilhões” da população


Neste sábado, Javier Milei, presidente da Argentina, foi homenageado com uma medalha pela Sociedade Hayek em uma cerimônia realizada na cidade de Hamburgo, norte da Alemanha. A Sociedade Hayek, conhecida por seu posicionamento neoliberal, destacou Milei como um líder que está promovendo uma mudança significativa para "tirar os grilhões" da população argentina e "restaurar a esperança" em um país enfrentando desafios econômicos e sociais profundos.


A cerimônia ocorreu no hotel Hafen, onde cerca de 200 apoiadores receberam o presidente argentino com aplausos e gritos de "liberdade". Entre os presentes estava Stefan Kooths, presidente da Sociedade Hayek e diretor do Instituto de Estudos Econômicos de Kiel (IfW), que entregou pessoalmente a medalha a Milei em reconhecimento ao seu compromisso com as políticas de livre mercado e contra o intervencionismo estatal.


"Você defende uma mudança fundamental de rumo sem promessas populistas, de soluções baratas. Sem a atitude paternalista de um Estado opulento em constante expansão, tira os grilhões que impedem as pessoas de ajudarem a si mesmas", afirmou Kooths durante a cerimônia, enfatizando a postura de Milei em favor de políticas econômicas que incentivem a autonomia individual e reduzam a dependência do Estado.


Kooths também elogiou Milei como "um dos raros pioneiros que felizmente aparecem nos momentos de maior necessidade para dar a um país devastado a oportunidade de sair do beco sem saída ao qual foi conduzido pelo intervencionismo".


A Sociedade Hayek, em sua homenagem, destacou não apenas as políticas econômicas de Milei, mas também seu engajamento cultural contra o que Kooths chamou de "marxismo cultural" e outras correntes que, segundo ele, minam os valores fundamentais da liberdade individual e da economia de mercado.


Enquanto Milei recebia a homenagem, fora do hotel Hafen, uma manifestação de cerca de 400 pessoas protestava contra a visita do presidente argentino. Os manifestantes, organizados sob o movimento "mês anti-Milei", exibiam cartazes com mensagens como "Milei não é liberdade, é fascismo" e "A Argentina não está à venda", expressando sua oposição às políticas econômicas e sociais implementadas pelo governo de Milei.


A emissora regional NDR reportou que a marcha foi parte de uma série de eventos organizados por grupos argentinos e alemães que criticam o que veem como uma abordagem neoliberal radical adotada por Milei, acusando-o de promover uma agenda que prejudica os mais vulneráveis e favorece elites econômicas.


Em resposta aos protestos, Milei não se manifestou diretamente, mas seus apoiadores destacaram que as políticas do governo têm como objetivo promover a liberdade econômica e reduzir a intervenção estatal excessiva, que, segundo eles, tem sido responsável por crises recorrentes na Argentina.


Stefan Kooths encerrou a cerimônia reiterando o apoio da Sociedade Hayek às reformas lideradas por Milei, descrevendo-o como alguém "que não é um populista, mas um defensor das ideias do livre mercado". Ele também criticou o que chamou de "niilismo igualitário, fantasias das políticas identitárias, caminhos pós-coloniais equivocados e o feminismo radical", argumentando que essas correntes representam ameaças ao modelo de desenvolvimento defendido pela Sociedade Hayek.


A visita de Milei à Alemanha e a cerimônia de premiação evidenciam a polarização não apenas na Argentina, mas também internacionalmente, em torno das políticas econômicas e sociais que têm sido implementadas sob sua liderança. Enquanto seus apoiadores comemoram o reconhecimento internacional de suas reformas, críticos alertam para os potenciais impactos negativos dessas políticas sobre os mais vulneráveis na sociedade argentina.

أحدث أقدم