No mundo da política brasileira, poucos nomes carregam tanta controvérsia quanto Jean Wyllys. O ex-deputado federal pelo PSOL do Rio de Janeiro sempre esteve no centro das atenções, seja por suas posições políticas ousadas ou por suas declarações incisivas. Desta vez, sua mira está voltada para a poderosa Rede Globo.
Em uma entrevista explosiva ao podcast Futeboteco, Jean Wyllys acusou a emissora líder de audiência no Brasil de ter um papel determinante na eleição de Jair Bolsonaro em 2018. Ele não poupou críticas à postura da Globo durante a cobertura das eleições presidenciais daquele ano, especialmente em relação às entrevistas concedidas por Bolsonaro no Jornal Nacional.
Wyllys alega que a Globo tinha pleno conhecimento de que Bolsonaro estava disseminando mentiras durante suas aparições na televisão, mas optou por não desmenti-lo para não comprometer sua candidatura. Segundo ele, a emissora tinha interesse direto na vitória de Bolsonaro, visto que não queria que Fernando Haddad, candidato do PT, vencesse as eleições.
"Com toda a equipe do ‘Jornal Nacional’ sabendo que aquilo era uma mentira, e [William] Bonner não desmente ele no ar, porque se desmentisse ele, ele perderia as eleições, e a Globo não queria que [Fernando] Haddad vencesse as eleições. A Globo ajudou a eleger Bolsonaro. Tem responsabilidade na desgraça em que a gente se meteu a partir da eleição dele", afirmou Wyllys.
Essas declarações não passaram despercebidas pela opinião pública, especialmente considerando o histórico de confronto entre Wyllys e Bolsonaro, que é conhecido por suas posturas conservadoras e polêmicas. A acusação de que a Globo teria favorecido Bolsonaro levantou questões sobre a imparcialidade da mídia durante o processo eleitoral.
Além disso, Wyllys aproveitou a oportunidade para criticar a postura da Globo em relação ao Big Brother Brasil, programa do qual ele foi participante em edições anteriores. Ele argumenta que o programa lucrou imensamente com sua participação e que sua presença foi fundamental para a audiência e para a representatividade LGBT na televisão brasileira.
"O Big Brother e a Globo devem mais a mim do que eu a eles. O prêmio [de R$ 1 milhão na época] não foi nada perto do que eles ganharam naquele ano, de dividendos, com a propaganda. Hackeei o programa, fiz dele uma outra coisa. Não existe história da televisão sem mim, seja contada a história da televisão e da homossexualidade no Brasil", afirmou o ex-deputado.
Essas declarações de Wyllys certamente gerarão debates acalorados não apenas dentro da esfera política, mas também dentro da mídia e da sociedade em geral. A acusação de manipulação da opinião pública por parte de uma das maiores emissoras de televisão do país levanta questões importantes sobre a liberdade de imprensa e o papel dos meios de comunicação na democracia.
Até o momento, a Globo não se pronunciou oficialmente sobre as acusações de Jean Wyllys. Resta aguardar se a emissora responderá às alegações do ex-deputado e como isso impactará a relação entre a mídia e os políticos no Brasil.
Enquanto isso, o país continua dividido e polarizado, com os debates políticos cada vez mais inflamados e as eleições futuras ainda incertas. A única certeza é que as revelações de Jean Wyllys certamente deixarão marcas profundas no cenário político brasileiro.