Marçal chama Nunes de homem fraco: ‘Este é seu último mandato’


No último domingo, Pablo Marçal, pré-candidato a prefeito de São Paulo pelo PRTB, mobilizou milhares de seguidores em um ato político controverso em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na icônica Avenida Paulista. Com uma audiência virtual de mais de 10 mil espectadores acompanhando ao vivo pelo Instagram, Marçal não apenas reforçou sua plataforma conservadora, mas também lançou um desafio direto às chamadas "milícias digitais".


O evento, que começou com a convocação enfática de Marçal para que seus seguidores se unissem contra as investidas das milícias digitais, rapidamente se tornou um palco para críticas aos seus adversários políticos, incluindo o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado Guilherme Boulos (PSOL), este último líder nas pesquisas eleitorais mais recentes para a prefeitura de São Paulo.


Marçal, conhecido também por sua atuação como coach e influenciador digital, vem ganhando espaço na política paulistana, angariando significativo apoio nas redes sociais. Com 16,1 milhões de seguidores, ele se posiciona como uma figura de destaque na direita, o que tem gerado preocupações entre seus oponentes e até mesmo entre aliados de outras correntes conservadoras.


A controvérsia em torno de Marçal não se limita ao seu discurso incisivo contra as milícias digitais. Ele também fez críticas contundentes ao atual prefeito Ricardo Nunes, a quem classificou como "um homem fraco" e afirmou que este será seu último mandato. Tais declarações não apenas polarizam o cenário político, mas também colocam em evidência as fissuras dentro do campo da direita paulistana.


A ascensão de Pablo Marçal nas pesquisas eleitorais não passa despercebida pelos estrategistas políticos. Enquanto ele se posiciona em terceiro lugar nas intenções de voto, há uma clara preocupação entre os aliados do atual prefeito e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de que sua candidatura possa fragmentar ainda mais o eleitorado de direita, potencialmente favorecendo uma vitória de Guilherme Boulos no segundo turno.


Os números das pesquisas revelam um panorama competitivo: Boulos lidera com 35,7% das intenções de voto, seguido por Ricardo Nunes com 23,4% e Marçal com 12,6%. A polarização entre esquerda e direita se intensifica, com os eleitores divididos entre propostas políticas e visões de futuro para a cidade de São Paulo.


Além das eleições municipais, há também preocupações em relação aos desdobramentos futuros, especialmente as eleições de 2026. Aliados de Jair Bolsonaro receiam que a candidatura de Marçal possa interferir nos planos do grupo para o Senado, levando em consideração sua crescente popularidade e influência entre os eleitores conservadores.


Enquanto isso, nos bastidores, surgem discussões sobre possíveis alianças e estratégias para os próximos meses. Eduardo Bolsonaro (PL) já foi lançado como pré-candidato ao Senado por Valdemar Costa Neto, em um evento que visava fortalecer a base política do grupo. Outro nome cogitado para a disputa senatorial é o do secretário estadual de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL), apoiado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).


Marçal, por sua vez, tem reiterado seu foco exclusivo na corrida pela prefeitura de São Paulo, descartando qualquer intenção de buscar uma vaga no Senado em 2026. Sua estratégia envolve consolidar sua base eleitoral na capital paulista, capitalizando sua imagem pública como um líder conservador e defensor dos valores cristãos.


À medida que as eleições se aproximam, o cenário político em São Paulo promete intensificar-se. Os debates sobre segurança pública, saúde, infraestrutura urbana e desenvolvimento econômico ganham destaque, enquanto os candidatos buscam atrair diferentes segmentos do eleitorado paulistano.


A influência das redes sociais e das milícias digitais na opinião pública também continua a ser um tema central. A capacidade de mobilização de Pablo Marçal e sua habilidade em engajar milhões de seguidores online são vistas como vantagens estratégicas, embora sua retórica polarizadora possa tanto fortalecer quanto prejudicar sua campanha eleitoral.


Com o calendário eleitoral se aproximando, cada movimento político e cada declaração pública se tornam crucial para os candidatos consolidarem suas bases e conquistarem novos eleitores. O futuro político de São Paulo está em jogo, e as próximas semanas prometem ser decisivas para definir os rumos da maior cidade brasileira nos próximos anos.
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