O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu negar o pedido de devolução de passaporte ao major da reserva Angelo Martins Denicoli, que foi um dos alvos da operação Tempus Veritatis. Esta operação teve como foco uma suposta trama golpista visando manter Jair Bolsonaro na Presidência.
Denicoli, que cumpre medidas cautelares desde janeiro, solicitou permissão para viajar para o Chile em julho. Entretanto, o ministro Moraes optou por manter as restrições impostas ao major da reserva.
O militar, que atuava como assessor especial da Prodesp, empresa de tecnologia do governo de São Paulo, foi afastado da gestão Tarcísio de Freitas após ser alvo da operação da Polícia Federal.
Desde então, Denicoli teve seu passaporte retido e foi proibido de se ausentar do país, além de ter sido proibido de manter contato com os demais investigados.
Segundo o relatório que embasou a operação Tempus Veritatis, a Polícia Federal alega que o major da reserva fazia parte de um núcleo de "desinformação" relacionado à suposta tentativa de golpe. De acordo com as autoridades, Denicoli teria atuado na produção, divulgação e amplificação de notícias falsas sobre o processo eleitoral.
Além disso, a Polícia Federal apontou a interlocução de Denicoli com Fernando Cerimedo, responsável por uma live na qual foram feitos ataques às urnas eletrônicas.
Diante dessa situação, o ministro Alexandre de Moraes manteve sua decisão de não autorizar a devolução do passaporte ao major da reserva, reiterando a necessidade de manter as medidas cautelares vigentes.
A decisão do STF representa mais um capítulo na investigação sobre possíveis atividades ilegais relacionadas à manutenção do atual presidente no poder. O caso tem gerado debates acalorados sobre o papel das instituições e a preservação da democracia no Brasil.
Enquanto isso, o major Denicoli permanece sob escrutínio das autoridades, aguardando novos desdobramentos do processo judicial em que está envolvido.