O jornalista e comentarista político Alexandre Garcia manifestou, em sua coluna no Gazeta do Povo, uma forte desaprovação às recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o imposto sobre heranças. Em sua análise, Garcia acusou Lula de tentar redistribuir a riqueza que os brasileiros acumulam ao longo de suas vidas e de não reconhecer a real contribuição do trabalho individual para a criação de riqueza.
Na terça-feira (23), Garcia criticou abertamente as sugestões do presidente sobre a necessidade de aumentar a carga tributária sobre heranças. O petista argumentou que o imposto atual, que gira em torno de 4% no Brasil, é muito baixo comparado aos 40% aplicados em países como os Estados Unidos. De acordo com Lula, o baixo valor do imposto desestimula doações para instituições de caridade e fundações, além de não representar um ônus significativo para os herdeiros.
Garcia, no entanto, descreveu essas declarações como uma tentativa de "arrancar mais" dos brasileiros que trabalham a vida inteira para garantir um legado para suas famílias. Segundo ele, Lula está tentando justificar uma política que, na visão do presidente, busca aumentar a participação do Estado na riqueza acumulada pelos cidadãos. "O presidente quer que o Estado fique com a riqueza que os brasileiros constroem para suas famílias ao longo de suas vidas", disse Garcia.
O jornalista também questionou a lógica por trás do argumento de Lula de que a riqueza deve ser "devolvida" ao Estado. "Lula chegou a usar uma palavrinha muito significativa: 'devolver'. Ele acha que a origem de toda riqueza é o Estado. Isso é uma desonestidade, porque o Estado não cria riqueza; ele só atrapalha a geração de riqueza", afirmou Garcia. Ele acrescentou que o governo, na verdade, diminui o patrimônio das pessoas ao aumentar impostos, o que leva a menos investimentos e a uma menor produção econômica.
Garcia também criticou a administração pública, destacando as falhas em serviços essenciais, como saneamento básico, como prova de que o governo não entrega o que deveria. "O desleixo e o descumprimento de cláusulas entre o governo e o contribuinte são evidentes", afirmou Garcia. "Pagamos cinco meses de trabalho por ano em impostos e, em troca, deveríamos receber bons serviços e investimentos em infraestrutura, segurança, saúde, e educação. Mas não recebemos."
A crítica de Garcia coincide com uma crescente discussão sobre a carga tributária no Brasil e o papel do Estado na economia. O aumento do imposto sobre heranças é uma proposta que tem sido debatida em diferentes esferas, com defensores argumentando que ela poderia gerar mais receitas para o governo e reduzir desigualdades sociais. No entanto, críticos como Garcia veem a medida como uma tentativa de penalizar ainda mais aqueles que já contribuem substancialmente para a economia através de seu trabalho e investimentos.
Garcia também mencionou que a proposta de Lula ignora o impacto negativo que a carga tributária pode ter sobre a economia. Em vez de estimular o crescimento e o investimento, um aumento de impostos pode desincentivar a criação de riqueza e a geração de empregos. "A interferência do Estado é uma roda girando ao contrário", disse Garcia. "O governo só fala em aumentar impostos sem considerar as consequências sobre o desenvolvimento econômico."