O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) anunciou na madrugada desta segunda-feira (29) que Nicolás Maduro foi reeleito para um novo mandato presidencial após a eleição realizada no domingo (28). Segundo o CNE, Maduro obteve 51,2% dos votos, enquanto o principal candidato da oposição, Edmundo González, recebeu 44%. Esta declaração gerou um turbilhão de reações tanto dentro quanto fora da Venezuela, alimentando um clima de incerteza e controvérsia.
O resultado oficial do CNE confirmou a vitória de Nicolás Maduro, atual presidente e ex-motorista de ônibus que ascendeu ao poder após a morte de Hugo Chávez em 2013. Com essa vitória, Maduro se prepara para estender seu governo por mais seis anos, alcançando um total de 17 anos à frente do país. No entanto, a oposição e diversos líderes internacionais levantaram sérias questões sobre a integridade do processo eleitoral.
A oposição venezuelana, liderada por Edmundo González, rejeitou os resultados divulgados pelo CNE. Segundo a apuração paralela realizada pelos opositores, González teria obtido 70% dos votos, enquanto Maduro teria alcançado apenas 30%. Esta discrepância acendeu um debate acirrado sobre a veracidade dos números e a legitimidade do processo eleitoral.
Diversas pesquisas de boca de urna divulgadas pela agência Reuters indicavam uma vitória ampla de González, contradizendo o resultado oficial. Este descompasso entre as expectativas da oposição e o anúncio do CNE gerou uma onda de desconfiança e questionamentos sobre a transparência do processo.
As reações internacionais ao anúncio do CNE foram rápidas e severas. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Anthony Blinken, expressou profundas preocupações quanto à veracidade dos resultados, afirmando que o país "tem sérias dúvidas de que os resultados refletem a verdadeira vontade do povo venezuelano". Esta declaração destaca o crescente ceticismo internacional em relação à condução das eleições na Venezuela.
O presidente do Chile, Gabriel Boric, também se manifestou sobre a situação, descrevendo os resultados divulgados pelo regime chavista como "difíceis de acreditar". Boric se juntou a outros líderes regionais na exigência de uma investigação independente e transparente para esclarecer as alegações de fraude.
Por sua vez, o chanceler peruano, Javier González-Olaechea, condenou "ao extremo a soma de todas as irregularidades" encontradas no processo eleitoral. Essas declarações sublinham o consenso crescente entre os países vizinhos de que o processo não foi conduzido de maneira justa e transparente.