Nesta quarta-feira, 24 de julho de 2024, uma nova pesquisa revelou resultados desanimadores para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, colocando em xeque sua influência como cabo eleitoral nas próximas eleições municipais. Conduzidos pela Quaest e pelo Paraná Pesquisas, os levantamentos abordaram a percepção dos eleitores do Rio de Janeiro e São Paulo sobre a capacidade de Lula em influenciar decisões de voto.
Os dados obtidos foram claros: a maioria esmagadora dos eleitores cariocas, 75%, afirmou que não votaria em um candidato apenas por ser apoiado por Lula. Em contrapartida, apenas 23% admitiram que o apoio do ex-presidente poderia influenciar sua decisão de voto, enquanto 3% não souberam responder ou preferiram não opinar.
Esses números refletem uma realidade desafiadora para Lula, especialmente quando comparado ao desempenho do atual presidente Jair Bolsonaro. Embora 71% dos entrevistados no Rio de Janeiro também tenham declarado que não considerariam votar em um candidato apoiado por Bolsonaro, 27% admitiram que o apoio do presidente poderia ser um fator decisivo em sua escolha, uma proporção significativamente maior do que a observada com Lula.
A pesquisa também investigou o impacto direto do apoio de Lula em candidatos específicos. Por exemplo, quando o nome de Eduardo Paes (PSD), apoiado por Lula, foi associado ao ex-presidente, suas intenções de voto caíram de 52% para 46%. Em contrapartida, a associação de Alexandre Ramagem (PL) a Bolsonaro resultou em um aumento substancial de suas intenções de voto, subindo de 14% para 30%. Essa discrepância sugere que Bolsonaro tem um impacto eleitoral quase três vezes maior do que Lula.
Além disso, os resultados da pesquisa mostram que a influência de Lula parece ter um efeito contrário ao desejado pelo próprio ex-presidente. Enquanto seus apoios frequentemente resultam em uma queda nas intenções de voto de seus candidatos, Bolsonaro consegue ampliar significativamente o apoio aos seus correligionários quando associa seu nome a eles.
Na capital paulista, os números não são mais animadores para Lula. Segundo o instituto Paraná Pesquisas, a avaliação positiva da gestão de Lula vem apresentando uma tendência de queda desde o início do ano. Em fevereiro, 54,9% dos paulistanos aprovavam sua gestão, mas esse número caiu para 48,7% em julho. Em contrapartida, a taxa de desaprovação cresceu de 41,9% para 47,9% no mesmo período. Essa deterioração na percepção pública pode ser um reflexo das complexidades enfrentadas por Lula como cabo eleitoral, à medida que se aproxima o período eleitoral.
Os analistas políticos interpretam esses dados como um sinal de que Lula pode estar superestimando seu próprio potencial de influência nas eleições municipais deste ano. Enquanto ele tenta consolidar seu apoio político, especialmente no campo da esquerda, sua capacidade de garantir votos para seus aliados parece limitada. Essa percepção contrasta diretamente com a habilidade de Bolsonaro em mobilizar sua base eleitoral e expandir o apoio a seus candidatos associados.