Um dia após a confirmação de sua reeleição pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Nicolás Maduro viu seu governo tomar uma medida drástica contra países que questionaram os resultados eleitorais. O governo venezuelano anunciou nesta segunda-feira a expulsão dos representantes diplomáticos da Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai, em resposta às críticas e questionamentos sobre o pleito presidencial realizado no último domingo.
O comunicado oficial divulgado pelo governo da República Bolivariana da Venezuela denunciou o que considerou como um ataque à soberania nacional e criticou o que chamou de "pronunciamentos intervencionistas". De acordo com o governo venezuelano, os países mencionados estavam tentando desestabilizar a nação ao não reconhecerem a vitória de Maduro e, portanto, foram acusados de promover uma nova versão do fracassado Grupo de Lima, uma coalizão de países que anteriormente tentara isolar o governo venezuelano.
No comunicado, o governo venezuelano reiterou sua intenção de "promover todas as ações legais e políticas necessárias para fazer respeitar, preservar e defender" a autodeterminação da Venezuela. A nota também expressou uma firme rejeição às críticas, classificando os países que se manifestaram como "subordinados a Washington e comprometidos com os postulados ideológicos mais sórdidos do fascismo internacional". A declaração afirmava ainda que o governo enfrentará qualquer tentativa de minar o clima de paz e estabilidade no país.
Segundo o CNE, Nicolás Maduro foi reeleito com 51,21% dos votos, enquanto o principal adversário, Edmundo González, obteve 44%. O resultado foi amplamente contestado por González, que alegou irregularidades e pediu uma revisão mais detalhada dos resultados. O pleito presidencial de domingo foi marcado por uma série de denúncias de fraude e manipulação, que geraram controvérsias tanto dentro quanto fora da Venezuela.
A reação internacional foi mista. Enquanto representantes dos Estados Unidos e da União Europeia solicitaram maior transparência no processo eleitoral e expressaram preocupações sobre a integridade dos resultados, Rússia e China parabenizaram Maduro pela vitória. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil também se manifestou, informando que aguarda a publicação dos “dados desagregados por mesa de votação”, que consideram essenciais para garantir a transparência e legitimidade do pleito.
A decisão do governo venezuelano de expulsar diplomatas foi recebida com uma onda de críticas e expressões de preocupação internacional. A medida é vista como uma escalada na crise diplomática que já vinha se agravando devido à crescente tensão política e econômica no país. A decisão reflete um ambiente político conturbado e a resistência do governo venezuelano em aceitar críticas externas ao processo eleitoral.
Os países afetados pela expulsão reagiram com preocupação. A Argentina, o Chile, a Costa Rica, o Peru, o Panamá, a República Dominicana e o Uruguai expressaram sua rejeição à medida e afirmaram que continuarão a exigir um processo eleitoral transparente e justo na Venezuela. A decisão também destaca a crescente polarização na América Latina, onde os governos frequentemente se encontram em lados opostos de questões políticas e diplomáticas importantes.