Desembargador aponta crime de Moraes e Congresso já articula impeachment (veja o vídeo)

 
Em uma entrevista exclusiva conduzida pela jornalista Berenice Leite, diretamente de Brasília, o desembargador aposentado Sebastião Coelho e os deputados federais Rodolfo Nogueira (PL-MS) e Capitão Alden (PL-BA) discutiram as graves acusações que recaem sobre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A conversa girou em torno dos recentes áudios vazados que supostamente revelam o uso político do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para perseguir o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.


Sebastião Coelho, que já foi conhecido por suas posições firmes em defesa do Estado de Direito, não poupou críticas ao ministro Moraes. Segundo o desembargador, os áudios vazados representam provas contundentes de uma perseguição política que, segundo ele, deveria ter consequências imediatas. "Essas provas têm que ter consequência. Alexandre de Moraes não é apto para o serviço público, o que ele fez é crime", afirmou Coelho durante a entrevista. Para o desembargador, o comportamento do ministro fere os princípios básicos da Justiça e coloca em cheque a integridade das instituições brasileiras.


A divulgação dos áudios, que já está sendo apelidada de "Vaza Xandão" em alusão à "Vaza Jato", causou uma verdadeira tempestade no cenário político brasileiro. As gravações, que teriam sido obtidas por meio de fontes que tiveram acesso a dados de um telefone celular, sugerem que Moraes teria orientado o TSE a produzir material que pudesse embasar decisões contra Bolsonaro e seus apoiadores. Para os críticos, essa atitude representa uma clara violação do papel imparcial que o Judiciário deveria exercer.


O deputado Rodolfo Nogueira, um dos entrevistados por Berenice Leite, destacou a gravidade da situação, alertando para o impacto que isso pode ter sobre o equilíbrio entre os poderes da República. "O STF não pode acusar e produzir provas para condenação", declarou Nogueira. Para ele, a independência entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário é essencial para a manutenção da democracia, e qualquer tentativa de um poder se sobrepor ao outro deve ser veementemente combatida.


Já o deputado Capitão Alden, conhecido por sua atuação vocal em defesa das pautas conservadoras, trouxe à tona um movimento que já vem se desenrolando há algum tempo. Alden lembrou que, há cerca de dois anos, o comentarista político Caio Coppolla lançou um abaixo-assinado pedindo o impeachment de Alexandre de Moraes, que conseguiu coletar quase 5 milhões de assinaturas. Diante das novas revelações, o deputado sugere a criação de um aditivo ao pedido original, buscando alcançar ainda mais apoio popular. "Vamos fazer um aditivo, com um novo pedido de impeachment, quem sabe até dia 07 de setembro a gente alcance 6, 7 milhões de assinaturas", ressaltou.


A proposta de Alden tem o objetivo de intensificar a pressão popular sobre o Congresso Nacional, em particular sobre o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que tem a prerrogativa de dar andamento ou arquivar pedidos de impeachment contra ministros do STF. Nos últimos meses, Pacheco tem sido alvo de críticas de parte da base bolsonarista por, até agora, não ter dado seguimento a nenhum dos pedidos de impeachment que já foram protocolados contra Moraes.


O movimento que ganha força entre os parlamentares aliados de Bolsonaro está sendo visto como uma tentativa de desestabilizar o Supremo Tribunal Federal em um momento crítico da política brasileira. De acordo com analistas, essa articulação pode resultar em um confronto direto entre os poderes, caso o Senado decida levar adiante um processo de impeachment contra um ministro do STF, algo inédito na história do Brasil.


O desdobramento desses eventos é ainda mais significativo considerando que o próximo dia 7 de setembro, data mencionada por Capitão Alden como um possível prazo para alcançar milhões de assinaturas, é historicamente marcada por manifestações populares. Em anos anteriores, essa data foi utilizada por apoiadores de Bolsonaro para expressar seu descontentamento com o Judiciário e outras instituições. Agora, com o possível engajamento em massa dos cidadãos por meio do abaixo-assinado, a tensão entre os poderes pode alcançar um novo patamar.


Enquanto isso, Alexandre de Moraes continua a desempenhar seu papel no STF e no TSE, defendendo a legalidade de suas ações e a necessidade de combater as ameaças à democracia, especialmente no contexto das investigações sobre desinformação e ataques às instituições. Em nota oficial, o gabinete do ministro negou qualquer irregularidade nos procedimentos adotados durante as investigações e ressaltou que todas as suas ações foram pautadas pela legalidade e pelo interesse público.


Com a crescente pressão de parte da população e de segmentos do Congresso, o Brasil se encontra em uma encruzilhada institucional. Resta saber se a articulação liderada por figuras como Sebastião Coelho, Rodolfo Nogueira e Capitão Alden terá sucesso em seus objetivos ou se será contida pelo equilíbrio de forças que, até agora, tem garantido a estabilidade do sistema democrático brasileiro.

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