Nesta terça-feira (13), uma nova controvérsia ganhou destaque nas redes sociais e na mídia brasileira, envolvendo o bilionário Elon Musk e o jornalista Glenn Greenwald. O tema central da disputa é a recente reportagem do jornal Folha de S.Paulo, que alega que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, teria ordenado informalmente a produção de relatórios pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A reportagem da Folha de S.Paulo revela que Moraes, conhecido por sua atuação em casos de censura e controle de mídias sociais, teria utilizado seu poder para direcionar a produção de documentos pelo TSE. Em resposta, Moraes defendeu-se afirmando que o TSE possui “poder de polícia” e que todos os relatórios solicitados foram “oficiais e regulares”.
O embate ganhou um novo capítulo quando Glenn Greenwald, jornalista norte-americano radicado no Brasil, usou sua conta no X (antigo Twitter) para comentar a situação. Greenwald publicou um texto em inglês destacando que o Supremo Tribunal Federal brasileiro, sob a supervisão de Moraes, estaria envolvido em práticas autoritárias. Segundo Greenwald, seu time obteve e está divulgando informações detalhadas, incluindo áudios e mensagens, sobre o comportamento do ministro e seus assessores.
A reação de Elon Musk, que é conhecido por seu ativismo em questões de liberdade de expressão, não tardou. Após duas horas e quinze minutos do post de Greenwald, Musk respondeu com uma interjeição de surpresa, demonstrando interesse e apoio à exposição das denúncias. Esse apoio público não é novidade, já que desde abril, Musk tem criticado Moraes, acusando-o de censura e dizendo que não cederia a ordens judiciais que limitassem a liberdade de expressão no X.
O desentendimento entre Musk e Moraes remonta a uma série de conflitos sobre a moderação de conteúdos no X. Em abril, Moraes incluiu Musk em um inquérito sobre "milícias digitais" e criticou a decisão do empresário de não restringir perfis conforme ordens judiciais. Este episódio ampliou o confronto entre o bilionário e o ministro.
A controvérsia se intensificou com a publicação de um ofício no perfil Global Government Affairs no X, que mencionava uma solicitação de bloqueio de contas associadas a figuras bolsonaristas, como o senador Marcos do Val. A publicação destacava que tais ações eram vistas como uma forma de “censura” no Brasil. No entanto, as contas não foram bloqueadas, e Marcos do Val utilizou sua conta para agradecer a Musk por desrespeitar a ordem de Moraes.
O clima político em torno de Moraes não se limita a Musk e Greenwald. A situação está sendo acompanhada de perto por vários atores políticos e jurídicos no Brasil. O ministro Luís Roberto Barroso, outro membro do STF, minimizou as revelações da chamada "Vaza Toga", um conjunto de documentos vazados que teria revelado detalhes sobre ações internas do STF e o papel de Moraes na condução de investigações.
Além disso, a ex-ministra Damares Alves anunciou uma coletiva de imprensa para abordar o tema e criticou a postura de Moraes, afirmando que o silêncio não é uma opção diante das acusações. No Congresso, o senador Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, está sendo pressionado a tomar uma posição sobre o possível impeachment de Moraes, uma proposta que ganhou força após as recentes controvérsias.
A discussão pública sobre Moraes também afeta a política internacional e as relações de poder no Brasil. Musk e Greenwald se tornaram vozes influentes na narrativa sobre liberdade de expressão e censura, e suas ações têm implicações significativas para a imagem do STF e a condução da justiça no país. As reações e as declarações de vários atores políticos e sociais indicam que o embate sobre a atuação de Moraes é apenas o início de uma discussão mais ampla sobre a liberdade de expressão e o papel das instituições no Brasil.
Este episódio destaca a crescente interconexão entre figuras internacionais e questões políticas locais, demonstrando como as decisões e posturas de líderes globais podem impactar diretamente as dinâmicas políticas e jurídicas em países ao redor do mundo. O desenrolar desse caso continua a ser um ponto de atenção para analistas e observadores, tanto no Brasil quanto no cenário internacional.