EUA negam ter oferecido anistia para Maduro deixar o poder


Na última segunda-feira (12), os Estados Unidos desmentiram a informação divulgada pelo The Wall Street Journal de que teriam oferecido uma anistia ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para que ele deixasse o poder. O porta-voz adjunto do Departamento de Estado americano, Vedant Patel, categoricamente rejeitou a reportagem, que alegava que o governo de Joe Biden teria tentado persuadir Maduro a sair antes do término de seu mandato, previsto para janeiro de 2025.


Durante uma coletiva de imprensa, Patel afirmou: “Não fizemos nenhuma oferta de anistia a Maduro ou a qualquer outra pessoa após a eleição.” Ele reiterou que, apesar da negativa sobre a oferta de anistia, os EUA continuam a explorar uma variedade de opções para pressionar o governo venezuelano a restabelecer a democracia no país. Patel enfatizou a necessidade de um diálogo entre o chavismo e a oposição para uma transição pacífica.


A desmentida vem em meio a uma crescente crise política na Venezuela, após as eleições de 28 de julho, que resultaram na reeleição de Nicolás Maduro, um resultado amplamente contestado tanto pela oposição quanto pela comunidade internacional. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou Maduro vencedor, mas não divulgou as atas de votação, o que levantou sérias dúvidas sobre a legitimidade do processo eleitoral.


A reportagem do The Wall Street Journal, que citou três fontes não identificadas, alegava que os Estados Unidos teriam oferecido perdão a Maduro e seus principais aliados que enfrentam acusações do Departamento de Justiça americano, para que eles deixassem o poder. A matéria também lembrou que, em 2020, os EUA haviam oferecido uma recompensa de 15 milhões de dólares por informações que levassem à prisão de Maduro, acusado de tráfico de drogas.


Em resposta às alegações de Maduro de que os EUA estariam dispostos a conceder “o que for preciso” para que ele se retire, o porta-voz americano refutou qualquer tipo de negociação ou oferta de anistia. Segundo Patel, o objetivo dos EUA é buscar alternativas que incentivem uma resolução pacífica da crise na Venezuela, sem comprometer a posição do governo americano sobre a legitimidade das eleições.


A posição dos EUA é apoiada por várias nações da América Latina, incluindo Brasil, Colômbia e México, que têm se esforçado para mediar a crise. O governo brasileiro, sob a liderança do presidente Lula, pretende se reunir com líderes da Colômbia e México para discutir uma possível verificação dos resultados eleitorais e promover uma solução pacífica para a crise venezuelana.


A situação na Venezuela continua a ser um tema de grande relevância na política internacional, com a oposição venezuelana, liderada por figuras como María Corina Machado, insistindo na legitimidade de Edmundo González Urrutia como vencedor das eleições. A oposição convocou uma série de atos internacionais para protestar contra a reeleição de Maduro e chamar a atenção para as alegadas irregularidades no processo eleitoral.

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