O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, expressou seu agradecimento aos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva do Brasil, Gustavo Petro da Colômbia e Andrés Manuel López Obrador do México, por meio de uma declaração pública feita na última sexta-feira (2). O gesto de gratidão foi direcionado ao apoio demonstrado pelos líderes latino-americanos em relação à recente crise eleitoral na Venezuela.
Maduro destacou o esforço conjunto dos presidentes latino-americanos para proteger a soberania venezuelana e garantir que o processo eleitoral fosse tratado com o devido respeito. Em uma coletiva de imprensa, Maduro elogiou o comunicado conjunto emitido por Lula, Petro e López Obrador, que visou pressionar por uma divulgação transparente dos resultados das eleições presidenciais realizadas no último domingo (28).
O comunicado, assinado pelos três líderes sul-americanos, enfatizava a necessidade de uma apuração clara e pública dos votos, detalhando os resultados por mesa de votação. O objetivo era assegurar a legitimidade do pleito e mitigar a tensão política crescente no país. "Presidente Lula, Presidente Petro e Presidente López Obrador, estão trabalhando juntos para que se respeite a Venezuela. Para que os EUA não façam o que estão fazendo. Emitiram um comunicado de imprensa muito bom ontem. Muito bom", afirmou Maduro.
O apoio dos presidentes latino-americanos surge em um momento delicado para a Venezuela, que enfrenta uma crise política intensificada pela disputa eleitoral recente. A postura conjunta dos líderes sul-americanos reflete uma tentativa de proteger a integridade do processo eleitoral venezuelano e promover uma solução pacífica para a crise.
No mesmo dia, Nicolás Maduro também comentou sobre a resposta do secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, ao comunicado dos líderes latino-americanos. Blinken havia reafirmado a posição dos EUA sobre as eleições na Venezuela, declarando que Edmundo González, candidato da oposição, teria obtido a maioria dos votos nas eleições presidenciais realizadas em 28 de julho.
Segundo um documento do Departamento de Estado dos EUA, Blinken destacou que, com base nas evidências disponíveis, havia uma clara indicação de que González teria recebido o maior número de votos. "Dadas as evidências esmagadoras, está claro para os Estados Unidos e, mais importante, para o povo venezuelano que Edmundo González Urrutia obteve o maior número de votos nas eleições presidenciais de 28 de julho na Venezuela", afirmou Blinken.
A discordância entre as posições dos líderes latino-americanos e os EUA adiciona uma camada de complexidade à situação política na Venezuela. O apoio explícito dos presidentes Lula, Petro e López Obrador a Maduro reflete uma tentativa de fortalecer a soberania da Venezuela e desafiar a influência externa nas questões internas do país.