Nova denúncia grave contra Maduro envolve sequestro


Na noite de quinta-feira, 8 de agosto, o partido de oposição venezuelano Ação Democrática fez uma denúncia alarmante que trouxe mais tensão ao já tumultuado cenário político da Venezuela. O partido afirmou que Williams Dávila Barrios, ex-governador e ex-deputado do Estado de Mérida, foi sequestrado em Caracas. De acordo com a denúncia, Dávila foi capturado por um grupo armado não identificado nas proximidades da Praça de Los Palos Grandes. O sequestro ocorreu enquanto Dávila saía de uma vigília em apoio aos presos políticos do país.


A Ação Democrática, que tem sido um dos principais críticos do regime de Nicolás Maduro, divulgou um comunicado expressando preocupação com o desaparecimento de Dávila. No documento, o partido afirmou: "Não sabemos seu paradeiro nem outras circunstâncias do sequestro". A situação gerou grande apreensão entre opositores do governo e ativistas dos direitos humanos, que temem que o sequestro seja uma tentativa de silenciar vozes críticas ao regime.


Além da Ação Democrática, a Plataforma Unitária Democrática, uma aliança política de oposição, também emitiu uma nota de repúdio. A plataforma exigiu a libertação imediata de Dávila, solicitou informações sobre seu paradeiro e reiterou a necessidade de respeito aos direitos humanos. Em uma mensagem postada no Twitter/X, a Plataforma alertou sobre a escalada de repressão na Venezuela, afirmando: "Essa escalada de repressão e perseguição deve parar. A Venezuela decidiu mudar, e isto deve começar agora com uma transição pacífica.


O sequestro de Williams Dávila Barrios se insere em um contexto de crescente repressão na Venezuela. Recentemente, o ex-deputado Américo De Grazia também foi alvo de ações violentas. De Grazia foi preso sem explicações claras e, após 24 horas sem notícias, sua filha revelou que ele estava detido no Helicoide, a sede do Serviço de Inteligência. A filha de De Grazia relatou que não há provas de vida e que as condições de detenção permanecem desconhecidas, intensificando as preocupações sobre sua segurança.


A repressão também atingiu a advogada María Oropeza, chefe regional da campanha do bloco de oposição. No dia 6 de agosto, Oropeza foi detida em Guanare, capital de Portuguesa. Ela transmitiu sua própria prisão ao vivo, mostrando como agentes da Direção de Contrainteligência Militar invadiram sua residência após quebrar o portão de sua casa. Esse incidente, amplamente divulgado nas redes sociais, exemplifica a agressiva abordagem do governo venezuelano em relação a seus críticos.


Os recentes eventos na Venezuela têm atraído a atenção internacional e ampliado o isolamento diplomático do país. Os protestos contra a reeleição de Nicolás Maduro resultaram em mais de 2.200 detidos e cerca de 24 mortes, conforme relatado por ONGs de direitos humanos. As alegações de fraude eleitoral nas recentes eleições presidenciais exacerbam ainda mais a crise. Maduro, que supostamente obteve 52% dos votos, enfrenta uma crescente resistência tanto interna quanto externa.


A resposta da comunidade internacional tem sido clara, com várias economias latino-americanas se recusando a reconhecer a vitória de Maduro. Países como Brasil, México e Colômbia têm se manifestado contra os resultados oficiais anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela. Estes países também têm rejeitado a tentativa de Maduro de referendar a eleição no Tribunal Supremo de Justiça, que é amplamente visto como um órgão controlado pelo regime.

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