Informações recentes revelam um crescente clima de tensão dentro do Supremo Tribunal Federal (STF) com a aproximação do 7 de setembro. Tradicionalmente uma data de celebração da Independência do Brasil, o dia tem sido marcado por grandes manifestações populares nos últimos anos, e em 2024, a situação parece ser ainda mais delicada. Um ato convocado para acontecer na Avenida Paulista traz como principal bandeira o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, uma figura central e controversa no tribunal.
Segundo reportagem publicada pelo jornal O Globo, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro que mantêm contato com membros do STF têm trabalhado intensamente para evitar que o ato tome proporções maiores. Esses interlocutores, descritos como "bombeiros" entre Bolsonaro e o Supremo, estão tentando convencer os magistrados a realizar um gesto de boa vontade em relação ao ex-presidente, como o arquivamento de uma das investigações que o envolvem. A estratégia sugerida é que esse movimento poderia desarmar os ânimos dos manifestantes, esfriando o clima tenso que paira sobre a manifestação programada.
Os casos em questão, considerados menos graves por alguns ministros do STF, envolvem investigações sobre a suposta falsificação do certificado de vacinação de Bolsonaro e as joias recebidas da Arábia Saudita. Apesar de o ex-presidente já ter sido indiciado pela Polícia Federal nesses casos, a decisão final sobre o oferecimento de denúncia ainda não foi tomada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A esperança dos aliados de Bolsonaro é que o arquivamento de um desses casos ajude a diminuir a pressão pública sobre o STF e contribua para esvaziar a manifestação do dia 7 de setembro.
Dentro do Supremo, o clima é de grande preocupação. O temor de que as manifestações possam se transformar em um movimento de contestação à autoridade do tribunal é evidente. Alexandre de Moraes, alvo frequente de críticas de apoiadores de Bolsonaro, encontra-se no centro de uma situação delicada, com desdobramentos que podem ser imprevisíveis. Recentemente, Moraes já havia recuado em uma de suas decisões ao reclassificar o inquérito que ele próprio havia aberto para investigar o vazamento de conversas entre seus assessores. A investigação, que antes tinha status de inquérito formal, foi transformada em uma petição, ou seja, uma investigação preliminar. Essa mudança ocorreu após pressões internas dentro do próprio STF, onde alguns ministros manifestaram insatisfação com a permanência de Moraes como relator do caso, visto que ele estaria diretamente envolvido na questão.
Enquanto isso, do lado de fora dos tribunais, os preparativos para o 7 de setembro seguem a todo vapor. A Avenida Paulista, um tradicional ponto de concentração de grandes manifestações em São Paulo, está sendo preparada para receber milhares de pessoas. A principal pauta do protesto é o impeachment de Alexandre de Moraes, mas é possível que outras questões também sejam levantadas pelos manifestantes, como o descontentamento com as recentes decisões do STF e o que muitos consideram uma interferência excessiva do Judiciário em questões políticas.
A mobilização popular tem sido intensamente promovida por líderes políticos e influenciadores nas redes sociais, que estão fazendo campanhas para garantir uma grande presença de pessoas nas ruas. A expectativa é que o ato de 7 de setembro deste ano seja um dos maiores já registrados, o que aumenta ainda mais a tensão no STF.
Com a data se aproximando, o STF se vê em uma posição delicada. Qualquer movimento dos magistrados, especialmente de Alexandre de Moraes, será cuidadosamente observado e poderá ter repercussões significativas tanto no cenário político quanto no jurídico. A tentativa dos interlocutores de Bolsonaro de conter a situação antes que ela se agrave mostra o quanto o ato do 7 de setembro preocupa as instituições.
O desfecho dessa situação é incerto, mas o que é claro é que o 7 de setembro de 2024 promete ser um evento de grande impacto no cenário político brasileiro. As próximas semanas serão decisivas para determinar se as manifestações terão a força esperada ou se a estratégia dos aliados de Bolsonaro surtirá efeito, reduzindo a pressão sobre o STF e, especialmente, sobre Alexandre de Moraes. O Brasil aguarda com expectativa os desdobramentos desse embate, que poderá definir os rumos do país nos próximos meses.