Marina Helena a Boulos: ‘Por que gosta tanto de defender bandido?’

 

Marina Helena, candidata à Prefeitura de São Paulo pelo partido Novo, protagonizou um momento de tensão no debate desta sexta-feira (20), realizado pelo SBT, ao acusar seu adversário, Guilherme Boulos, do PSOL, de "gostar de defender bandido". As declarações ocorreram durante o bloco em que o tema segurança pública foi abordado, e a candidata aproveitou a oportunidade para criticar diretamente as posições de Boulos e fazer menções ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem chamou de ladrão.


A fala de Marina se deu após Boulos expor suas propostas para a área de segurança. Ela ironizou o discurso do adversário, sugerindo que sua atuação política e o movimento que lidera estão alinhados a práticas que favorecem a criminalidade. “Isso é impagável. A gente conseguir ver Guilherme Boulos, que comanda um movimento marginal de invasão de propriedade. O partido dele, o PSOL, entrou no STF para garantir a saidinha dos presos. Também foi contrário a retirar as barracas que vendem drogas dentro da Cracolândia. Apoia o Lula, que é um ladrão. Boulos vem aqui e fala que quer cuidar de sua segurança”, afirmou a candidata.

Marina Helena reforçou suas críticas ao associar Boulos a movimentos que, segundo ela, enfraquecem o combate à criminalidade. Ela citou ações do PSOL que, para ela, indicam uma postura leniente com criminosos, como a defesa do benefício da "saidinha" de presos e a oposição à remoção de barracas de venda de drogas na região da Cracolândia. Além disso, ela atacou diretamente o histórico de Boulos no movimento de ocupação de imóveis, o qual lidera há anos por meio do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Para Marina, essas atividades são parte de uma agenda que desrespeita a lei e, por isso, não contribuem para a segurança da população.

Em um tom sarcástico, Marina também mencionou a presença de Boulos no desfile da escola de samba Vai-Vai, no carnaval de 2024. Segundo a candidata, o desfile, que teria representado policiais militares como demônios, reflete o que ela acredita ser a visão do candidato sobre as forças de segurança pública. “Ele foi em um desfile de escola de samba que pegou todos os policiais e vestiu todos eles de demônios. É assim que ele vê a polícia. Boulos, por que você gosta tanto de defender bandido?”, questionou Marina em tom provocativo.

Ao longo do debate, a candidata do partido Novo procurou associar sua plataforma política a uma postura firme contra o crime e a favor da segurança pública, sugerindo que seu adversário representaria uma ameaça a esses valores. Ao citar Lula como ladrão, Marina reforçou seu discurso alinhado a uma base eleitoral que mantém fortes críticas ao Partido dos Trabalhadores e suas lideranças, ecoando o desgaste político que o ex-presidente sofreu após as investigações e condenações relacionadas à Operação Lava Jato.

As trocas de acusações entre os candidatos marcaram o tom de polarização que vem dominando a campanha para a prefeitura de São Paulo, especialmente entre os principais concorrentes. Boulos, que lidera pesquisas de intenção de voto, tem sido alvo constante de ataques por sua atuação como líder do MTST e por suas propostas progressistas, enquanto Marina busca atrair o eleitorado que valoriza pautas mais conservadoras no campo da segurança e da economia.

As menções de Marina Helena ao ex-presidente Lula e ao PSOL fazem parte de uma estratégia para reforçar a percepção de que seus adversários estão alinhados a ideias que, segundo ela, são prejudiciais à segurança e ao desenvolvimento da cidade. Esse discurso ganha força entre eleitores que compartilham críticas ao governo do PT e que têm uma visão negativa sobre o impacto das políticas de segurança pública defendidas por partidos de esquerda.

O embate entre Marina e Boulos, no entanto, não foi um ponto isolado no debate. A segurança pública é um dos principais temas em disputa nesta eleição, especialmente diante dos desafios que São Paulo enfrenta com questões como a Cracolândia, a violência em áreas periféricas e a atuação de facções criminosas. Candidatos de diferentes espectros políticos têm apresentado propostas diversas para lidar com esses problemas, mas as divergências ideológicas entre os principais concorrentes acentuam o clima de confrontação.

Ao final do debate, a repercussão das falas de Marina Helena dividiu opiniões. Seus apoiadores aplaudiram a postura firme da candidata, destacando sua capacidade de se posicionar de forma crítica contra adversários que, segundo eles, estão alinhados a ideologias permissivas com o crime. Por outro lado, a base de Boulos e setores mais progressistas da sociedade repudiaram as declarações, acusando Marina de fazer ataques pessoais e de alimentar um discurso de ódio que não contribui para um debate construtivo sobre segurança pública.

Enquanto a campanha segue em ritmo acelerado, os eleitores paulistanos assistem a uma disputa acirrada entre visões de mundo radicalmente diferentes. Resta saber qual narrativa prevalecerá nas urnas e qual candidato conseguirá convencer o eleitorado de que é o mais apto a enfrentar os complexos desafios de governar a maior cidade do Brasil.
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