A reta final das eleições em São Paulo está ganhando contornos imprevisíveis com a divulgação da primeira pesquisa de intenção de voto realizada pela Real Time Big Data nos dias 27 e 28 de setembro de 2024. O levantamento mostra um cenário apertado entre os principais candidatos, indicando que a disputa será decidida nos mínimos detalhes.
Com a margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos, a pesquisa aponta um triplo empate técnico entre o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, e o empresário Pablo Marçal, do PRTB. Segundo os números divulgados, Nunes lidera com 26% das intenções de voto, seguido de muito perto por Boulos, com 25%, e Marçal, com 23%. A diferença entre os três candidatos está dentro da margem de erro, o que torna o cenário ainda mais indefinido.
Tabata Amaral, candidata do PSB, aparece em quarto lugar com 10% das intenções de voto, seguida por José Luiz Datena (PSDB), com 5%, e Marina Helena (Novo), que registrou 2%. Os demais candidatos, incluindo Altino Prazeres (PSTU), Bebeto Haddad (DC), João Pimenta (PCO) e Ricardo Senese (UP), somam juntos 1% das intenções de voto. A pesquisa também revela que 4% dos entrevistados afirmaram que votariam em branco ou nulo, enquanto outros 4% disseram não saber ou preferiram não responder.
Esse cenário de equilíbrio entre os três principais candidatos torna os próximos dias cruciais para o desfecho do primeiro turno, que ocorrerá em 6 de outubro. Com a campanha eleitoral entrando em sua fase mais acirrada, as estratégias dos candidatos para conquistar os eleitores indecisos e garantir os últimos votos serão decisivas. As movimentações políticas e a capacidade de mobilização de cada candidatura podem determinar quem avançará ao segundo turno.
Ricardo Nunes, que tenta a reeleição, aposta em sua gestão como prefeito para se manter à frente na disputa. Ele tem focado sua campanha nas melhorias realizadas em áreas como infraestrutura, saúde e segurança, além de buscar o apoio do eleitorado mais conservador. Nunes enfrenta o desafio de consolidar sua base eleitoral e evitar que votos escapem para outros candidatos, principalmente Boulos e Marçal, que vêm ganhando força na reta final.
Guilherme Boulos, por sua vez, representa a principal força de oposição ao atual governo. Com forte apoio entre os movimentos sociais e a esquerda, Boulos tem sido uma voz crítica à gestão de Nunes, especialmente em temas como moradia, justiça social e direitos humanos. Sua campanha busca expandir sua base de apoio, tentando conquistar eleitores de centro-esquerda e daqueles insatisfeitos com a administração atual.
No entanto, a maior surpresa deste ciclo eleitoral tem sido Pablo Marçal, que vem crescendo de forma significativa nas pesquisas. Empresário e figura relativamente nova na política, Marçal atrai um eleitorado descontente com a polarização entre esquerda e direita. Com um discurso voltado para a inovação e o empreendedorismo, ele promete transformar a administração pública por meio de novas abordagens e soluções tecnológicas. Marçal vem se destacando como uma alternativa tanto a Nunes quanto a Boulos, conquistando simpatia entre os eleitores que buscam uma mudança mais radical na forma de governar.
Embora os três candidatos estejam tecnicamente empatados, analistas políticos apontam que Marçal tem uma vantagem estratégica nessa reta final. Sua campanha tem mostrado habilidade em capitalizar a insatisfação popular com o cenário político atual e, com pouco tempo até o dia da votação, ele pode ser o único candidato com potencial de gerar uma reviravolta significativa. Fontes próximas ao empresário indicam que sua equipe já está preparada para lançar novas propostas e anúncios de impacto nos últimos dias de campanha, o que pode ser o diferencial para assegurar uma vaga no segundo turno.
A pesquisa, registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número SP-05171/2024, entrevistou 1.500 eleitores com 16 anos ou mais em todo o estado de São Paulo. O intervalo de confiança é de 95%, o que significa que há uma grande probabilidade de os resultados refletirem com precisão o cenário eleitoral atual. Com a margem de erro de três pontos percentuais, tanto para mais quanto para menos, qualquer movimento nas intenções de voto pode alterar o panorama de forma decisiva.
Com o primeiro turno se aproximando rapidamente, a expectativa é que os próximos dias sejam marcados por uma intensificação das campanhas nas ruas, nas redes sociais e nos debates. Os candidatos precisam fazer um último esforço para conquistar os votos dos eleitores indecisos e daqueles que ainda não definiram completamente suas escolhas. Neste cenário de triplo empate, cada voto será fundamental para determinar quem avançará para a próxima fase da disputa.
Independentemente de quem consiga garantir sua vaga no segundo turno, o resultado dessa eleição promete ser apertado e imprevisível. As campanhas estão cientes de que a disputa será decidida nos detalhes, e a capacidade de mobilização dos eleitores na reta final será crucial.