Em uma reviravolta política que pegou muitos de surpresa, o ex-presidente Jair Bolsonaro pode estar prestes a apoiar um nome inesperado para a presidência do Senado: Davi Alcolumbre. A possível aliança, que até então não havia sido especulada, vem ganhando força nos bastidores de Brasília e pode modificar o cenário político nacional de forma significativa. Alcolumbre, que já foi presidente do Senado entre 2019 e 2021, agora surge como um nome possível a contar com o apoio de Bolsonaro, apesar de uma relação de altos e baixos no passado.
A notícia foi divulgada durante o Jornal do Meio Dia, apresentado por Berenice Leite no canal Fator Político BR, parceiro do Jornal da Cidade Online. No programa, foi exibido um vídeo no qual as articulações de Bolsonaro e de outras lideranças conservadoras foram discutidas. O apoio de Bolsonaro a Alcolumbre, caso se concretize, pode surpreender tanto seus apoiadores quanto seus opositores, uma vez que o ex-presidente tem, ao longo dos últimos anos, demonstrado uma postura crítica em relação a determinados setores do Congresso, incluindo o próprio Alcolumbre.
A aproximação entre os dois políticos pode ser fruto de uma estratégia mais ampla de Bolsonaro para aumentar sua influência dentro do Legislativo, especialmente no Senado, uma casa legislativa que exerce um papel crucial nas votações de projetos importantes e na aprovação de nomes indicados para cargos estratégicos, como ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e diretores de agências reguladoras. Além disso, o Senado tem a responsabilidade de conduzir processos de impeachment, o que torna o cargo de presidente da casa uma posição de grande relevância no atual cenário político.
Analistas políticos têm apontado que essa possível aliança seria um movimento tático de Bolsonaro para garantir maior governabilidade e uma posição de destaque no tabuleiro político, mesmo não ocupando um cargo eletivo no momento. Com a crescente polarização no país e as investigações que ainda envolvem figuras de seu governo, o apoio a um nome forte no Senado poderia ser uma forma de Bolsonaro manter sua base política ativa e continuar influenciando os rumos do país.
Davi Alcolumbre, por sua vez, é visto como uma figura habilidosa nos bastidores do Congresso. Ele conseguiu, durante sua primeira passagem pela presidência do Senado, manter uma postura de diálogo com diferentes partidos e correntes ideológicas. No entanto, também é alvo de críticas, especialmente de setores que o acusam de estar envolvido em articulações que bloquearam algumas pautas consideradas prioritárias pelo governo Bolsonaro. Mesmo assim, a possibilidade de uma reaproximação entre os dois não pode ser descartada, já que, no cenário político, alianças estratégicas são muitas vezes formadas em torno de interesses comuns.
Outro ponto que chamou a atenção durante o Jornal do Meio Dia foi a fala do bispo de Formosa, que, durante uma missa, comentou sobre o que ele chamou de "ditadura que impera no Brasil". Segundo o bispo, há uma crescente pressão sobre figuras políticas e religiosas que ousam se manifestar contra o que ele vê como uma agenda progressista imposta pelas elites do poder. Suas declarações reverberaram nas redes sociais, com muitos internautas apoiando suas críticas e outros o acusando de fomentar divisões dentro do país.
A menção do bispo em um contexto político mais amplo parece estar relacionada à percepção de que o Brasil vive um momento de grande polarização e que as instituições, como o Congresso e o Judiciário, estão no centro desse embate. Com a possível aliança entre Bolsonaro e Alcolumbre, a tensão política pode aumentar ainda mais, uma vez que muitos esperam que a oposição tente barrar qualquer movimento que favoreça o ex-presidente e sua base.
O cenário político brasileiro, que já estava carregado de incertezas, agora ganha mais um elemento imprevisível. A disputa pela presidência do Senado é vista como um dos eventos mais importantes para o próximo ano, uma vez que o ocupante do cargo terá em suas mãos a responsabilidade de conduzir o Senado em um período de grande turbulência. Além disso, o presidente do Senado também tem um papel importante na articulação de medidas de fiscalização do Executivo e no avanço de reformas estruturais, o que torna essa escolha ainda mais estratégica.
Enquanto isso, Bolsonaro continua sendo uma figura central no debate político, mesmo fora do poder. Suas movimentações, incluindo o apoio a possíveis candidatos em eleições internas do Congresso, mostram que ele pretende se manter ativo na política nacional. Aguardam-se novas movimentações nos próximos dias, e a confirmação de um possível apoio de Bolsonaro a Alcolumbre certamente será observada de perto por analistas e opositores.
A expectativa é que as negociações continuem nos bastidores, e que tanto Bolsonaro quanto Alcolumbre mantenham um discurso cauteloso até que as alianças sejam oficialmente confirmadas. A política brasileira, como sempre, reserva surpresas, e essa possível aliança pode ser apenas o começo de um novo capítulo na relação entre o Executivo e o Legislativo.