AO VIVO: A direita venceu as eleições e agora? (veja o vídeo)

As eleições de 2024 trouxeram uma vitória contundente para os candidatos conservadores, marcando uma virada significativa no cenário político brasileiro. De acordo com os resultados, a direita consolidou uma maioria expressiva, enquanto a esquerda, outrora uma força dominante em diversos estados e no Congresso Nacional, foi derrotada de maneira avassaladora. A vitória da direita reflete, em parte, uma reação popular contra políticas progressistas e uma rejeição do eleitorado a certas propostas associadas à esquerda. Agora, a grande questão que se coloca é: o que deve ser feito para garantir e ampliar essa vantagem nas eleições de 2026?


O debate sobre o futuro do conservadorismo no Brasil foi tema de um programa especial transmitido pelo Fator Político BR, parceiro do Jornal da Cidade Online, intitulado "Raio X da Política". Com a participação do ex-ministro de Relações Exteriores Ernesto Araújo e do jornalista Diogo Forjaz, o programa discutiu as implicações da vitória conservadora, os desafios futuros e as estratégias necessárias para garantir a consolidação dessa agenda política nos próximos anos.


Ernesto Araújo, que teve um papel central na formulação da política externa do governo Bolsonaro, analisou a vitória da direita sob uma perspectiva global. Para ele, o resultado das eleições de 2024 é parte de uma tendência internacional, em que valores conservadores estão ressurgindo como uma resposta a governos progressistas e à chamada "agenda globalista". Araújo argumentou que essa vitória precisa ser consolidada com políticas eficazes que traduzam os desejos do eleitorado em realizações concretas, especialmente nas áreas de segurança pública, economia e valores sociais.


Diogo Forjaz, por sua vez, destacou que, apesar da vitória esmagadora, a direita precisa ter cuidado para não cair na armadilha do excesso de confiança. Ele alertou que a esquerda, apesar da derrota, ainda possui bases sólidas, especialmente em setores acadêmicos, na mídia tradicional e em movimentos sociais organizados. Segundo Forjaz, a chave para o sucesso a longo prazo está na capacidade da direita de ocupar novos espaços, principalmente entre os jovens e os formadores de opinião, e não apenas nas redes sociais, mas também em instituições educacionais e culturais.


O programa também abordou questões geopolíticas, com destaque para o conflito crescente entre Israel e Líbano. Ambos os convidados expressaram preocupação com a escalada da violência na região, ressaltando como esses eventos afetam a política global e, indiretamente, o cenário político brasileiro. Ernesto Araújo, em particular, destacou a importância de manter uma postura firme em defesa de Israel, argumentando que o Brasil deve se posicionar de forma clara contra o que ele chamou de "avanço do anti-semitismo disfarçado de crítica política". Ele alertou que os ataques ao Estado de Israel, especialmente em fóruns internacionais, muitas vezes mascaram preconceitos mais profundos contra os judeus.


Diogo Forjaz acrescentou que a crescente polarização global, exacerbada por conflitos como o de Israel e Líbano, acaba reverberando no Brasil, especialmente entre grupos políticos de direita e esquerda. Para ele, a direita brasileira deve continuar defendendo valores tradicionais e alinhando-se com democracias ocidentais, ao mesmo tempo em que enfrenta com firmeza os desafios impostos por forças políticas internas que, segundo ele, estariam alinhadas com uma agenda internacionalista e progressista.


No que diz respeito às eleições de 2026, ambos os analistas concordam que a direita deve focar em algumas áreas chave para manter sua posição. Em primeiro lugar, é necessário garantir a implementação de políticas públicas que atendam às necessidades da população, especialmente nas áreas de segurança, educação e saúde. Além disso, é essencial continuar investindo em uma comunicação eficaz, que não apenas fortaleça a base de apoio, mas que também alcance novos eleitores.


Ernesto Araújo ressaltou a importância de manter a coesão dentro das fileiras conservadoras. Ele apontou que um dos erros da esquerda foi sua fragmentação em múltiplas frentes, o que acabou enfraquecendo suas candidaturas. Para evitar esse mesmo destino, a direita deve manter uma unidade em torno de seus princípios e objetivos, evitando divisões internas que poderiam comprometer o sucesso em 2026.


Diogo Forjaz destacou a necessidade de fortalecer a base jovem dentro do movimento conservador. Ele observou que, apesar do sucesso nas urnas, muitos jovens ainda tendem a ser atraídos por ideologias de esquerda, especialmente em ambientes universitários. Para reverter esse quadro, Forjaz sugeriu um investimento maior em educação política e em programas de engajamento juvenil, que possam oferecer uma alternativa real aos discursos progressistas predominantes nesses espaços.


A análise do "Raio X da Política" trouxe à tona diversos pontos que a direita precisará considerar nos próximos dois anos. Com a vitória de 2024 garantida, o grande desafio será consolidar esse sucesso e transformá-lo em uma plataforma que possa perdurar, garantindo uma hegemonia conservadora a longo prazo no Brasil. Contudo, como alertaram Araújo e Forjaz, o caminho não será fácil, e a oposição certamente buscará recuperar o terreno perdido.


Por enquanto, a direita celebrou a vitória, mas, como apontado no programa, o trabalho está apenas começando. A habilidade de transformar essa vitória em um projeto político duradouro dependerá de muitos fatores, incluindo a coesão interna, a capacidade de expandir sua base de apoio e, sobretudo, de entregar resultados concretos para a população.

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