O debate da TV Globo, marcado para esta quinta-feira, 3 de outubro, promete ser um dos momentos mais tensos da corrida eleitoral para a Prefeitura de São Paulo. Entre os candidatos que se enfrentarão, um nome vem causando inquietação entre os adversários: Pablo Marçal, do PRTB. Segundo informações obtidas nos bastidores, a expectativa é de que Marçal adote uma postura agressiva durante o debate, o que está deixando os outros concorrentes apreensivos.
A tensão já está perceptível entre os principais candidatos, incluindo o atual prefeito Ricardo Nunes, do MDB, Guilherme Boulos, do PSOL, e Tabata Amaral, do PSB. Fontes próximas às campanhas dos três políticos indicam que o comportamento de Marçal no debate é visto como imprevisível, e há um temor crescente de que ele tente monopolizar a atenção, criando uma narrativa que o favoreça entre o eleitorado bolsonarista. Esse eleitorado, tradicionalmente crítico ao establishment e identificado com pautas conservadoras, poderia ser conquistado por Marçal se ele conseguir se posicionar como um candidato antissistema.
De acordo com um integrante influente da campanha de Ricardo Nunes, a expectativa é de que Marçal tente "aprontar alguma coisa" durante o debate. Essa expressão sugere que o candidato do PRTB deve se utilizar de táticas ousadas para se destacar entre os concorrentes, buscando atrair os holofotes e garantir uma vantagem em um momento crucial da campanha. A estratégia de Marçal, que já se posicionou em diversas ocasiões como um outsider da política, pode ser a de se vender como uma alternativa aos candidatos mais alinhados ao sistema político tradicional, reforçando uma imagem de enfrentamento ao que ele vê como a velha política.
Ricardo Nunes, por sua vez, tem tentado manter uma postura de segurança, destacando sua experiência como prefeito e seu trabalho à frente da maior cidade do país. No entanto, os rumores sobre a abordagem de Marçal no debate estão gerando desconforto em sua equipe. O prefeito busca consolidar seu eleitorado com base em realizações de governo e na promessa de continuidade, mas sabe que Marçal pode tentar desviar o foco para questões mais polêmicas, o que pode afetar a dinâmica do debate.
Guilherme Boulos, do PSOL, também está atento ao comportamento de Marçal. Boulos, que tem uma base de apoio sólida entre os eleitores de esquerda, está ciente de que um confronto com Marçal, especialmente em um debate televisionado, pode ser um risco. Boulos tem experiência em debates e costuma se destacar em discussões sobre temas sociais, mas um embate com um adversário que adota uma postura mais combativa pode trazer surpresas indesejadas. O temor é de que Marçal consiga desviar o foco dos temas que Boulos prefere abordar, como habitação e desigualdade, para assuntos que favoreçam uma retórica mais populista.
Tabata Amaral, por sua vez, é outra candidata que vê com preocupação o comportamento que Marçal possa adotar. Com uma plataforma centrada na educação e na inovação, Tabata tenta se manter fora dos ataques diretos e focar em propostas concretas para a cidade. No entanto, a possível agressividade de Marçal no debate pode forçá-la a responder a provocações, algo que sua equipe de campanha gostaria de evitar. Tabata vem tentando consolidar seu espaço como uma candidata que aposta em políticas públicas baseadas em evidências, mas o tom do debate pode fugir de suas expectativas, caso Marçal decida elevar o nível de tensão entre os participantes.
Além dos candidatos principais, o público também tem suas expectativas para o debate. Com a proximidade das eleições, muitos eleitores ainda estão indecisos e buscando avaliar as opções. Um desempenho convincente no debate pode ser decisivo para a definição de votos, principalmente entre aqueles que estão cansados das opções tradicionais e buscam por um nome novo no cenário político. Marçal, que tem feito uma campanha marcada por críticas ao sistema político e à chamada velha política, pode tentar capitalizar essa insatisfação e se apresentar como o nome que trará uma verdadeira renovação.
Resta saber como os outros candidatos reagirão à possível tática de Marçal. Se, de fato, ele adotar uma postura agressiva e provocativa, caberá aos demais concorrentes decidir se confrontam diretamente suas colocações ou se mantêm o foco em suas próprias agendas. A noite desta quinta-feira pode marcar um ponto de virada na corrida eleitoral, especialmente se o desempenho de Marçal for capaz de atrair a atenção dos eleitores que ainda não decidiram seu voto.
Em meio a essa expectativa, é possível que o debate da TV Globo se torne um dos mais assistidos desta campanha, com o público interessado não apenas nas propostas dos candidatos, mas também no clima de tensão que vem se desenhando nos bastidores. Independentemente de como cada candidato se posicione, o que está em jogo é a definição do futuro da cidade de São Paulo, e cada movimento no palco do debate poderá ter impactos profundos na decisão final dos eleitores.