Em sua postagem, Marinho enfatizou que a prisão de Filipe Martins foi amplamente divulgada pela imprensa como sendo baseada em uma alegação falsa, o que coloca em dúvida a lisura do procedimento conduzido pelo delegado da Polícia Federal. O senador argumentou que essa situação não pode passar despercebida, uma vez que a produção de relatórios falsos ou manipulados representa uma grave violação de direitos e uma ameaça ao Estado de Direito. "Apresentei, hoje, representação à PGR requerendo a investigação da conduta do delegado da Polícia Federal responsável pela produção do relatório que embasou a prisão de Filipe Martins, que pode indicar a prática de um crime doloso ou, no mínimo, uma infração disciplinar", escreveu o senador em sua rede social.
Marinho destacou também que a prisão de Filipe Martins levantou preocupações mais amplas sobre o uso indevido de mecanismos de investigação por parte de autoridades do Poder Executivo Federal, sugerindo uma possível motivação política por trás das ações do delegado. Ele alertou para a importância de garantir que o poder investigativo seja utilizado de maneira imparcial e dentro dos limites da lei, sem perseguir figuras públicas de maneira injustificada. "Registrei que diversas matérias jornalísticas apontaram que sua prisão foi baseada em alegação falsa", completou.
Além do caso de Filipe Martins, Marinho criticou a investigação do Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado Marcel van Hattem, que, segundo ele, desrespeita a inviolabilidade do mandato parlamentar. Van Hattem havia utilizado a tribuna da Câmara dos Deputados para denunciar o que considerava uma grave situação de abuso de poder praticada por uma autoridade pública do Executivo Federal. Segundo Marinho, ao tomar essa iniciativa, o deputado estava exercendo seu direito constitucional à imunidade parlamentar, que lhe permite expressar livremente suas opiniões e críticas no exercício do mandato sem o risco de ser processado ou perseguido por suas declarações.
A representação apresentada à PGR visa apurar se o delegado responsável pela investigação agiu de maneira abusiva ou com má-fé, manipulando ou distorcendo fatos para justificar a prisão de Filipe Martins e a abertura de um processo contra Marcel van Hattem. Caso sejam encontradas irregularidades, o delegado poderá ser responsabilizado criminalmente ou sofrer sanções disciplinares por sua conduta.
Marcel van Hattem, por sua vez, se manifestou de forma positiva sobre a ação de Rogério Marinho, afirmando que o senador "inverteu o jogo" ao acionar a PGR para que o próprio delegado seja investigado. Em uma postagem em suas redes sociais, o deputado elogiou a atitude do senador e ressaltou que é necessário colocar um fim às "inversões de valores" que têm ocorrido no cenário político brasileiro. "EXCELENTE! Senador Rogério Marinho, líder da Oposição no Senado, inverte o jogo: protocolou pedido na Procuradoria-Geral da República representação para que o Policial Federal que quer que eu seja investigado seja, ele próprio, objeto de apuração em virtude de suas ações abusivas a serviço de Alexandre de Moraes", escreveu o deputado.
O deputado também agradeceu o apoio de Marinho e reforçou a importância de sua iniciativa na defesa da legalidade e da moralidade no país. Para Marcel van Hattem, a ação do senador representa um passo importante para corrigir o que ele considera uma distorção dos valores fundamentais da democracia brasileira. "Chega de inversão de valores! Parabéns ao senador por buscar o que é correto muito obrigado por seu apoio!", concluiu.
A repercussão da ação de Rogério Marinho tem movimentado o cenário político, especialmente entre os parlamentares da oposição, que veem na atitude do senador uma tentativa de enfrentar o que consideram abusos de autoridade por parte de setores do Judiciário e do Executivo. A ação ainda será analisada pela PGR, que decidirá se abre ou não uma investigação formal contra o delegado. O episódio reforça a crescente tensão entre diferentes esferas de poder no Brasil, com acusações mútuas de interferência indevida e abuso de prerrogativas.