Fábio Wajngarten quebra silêncio a críticas de Silas Malafaia a Bolsonaro


O advogado e ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, Fábio Wajngarten, respondeu nesta terça-feira (8) às críticas feitas pelo pastor Silas Malafaia sobre a postura de Bolsonaro durante o primeiro turno das eleições de 2024. Malafaia havia declarado que o ex-presidente cometeu um "erro estúpido" ao não se envolver diretamente na campanha dos candidatos apoiados oficialmente pelo Partido Liberal (PL), como o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD).


Segundo o pastor, a ausência de Bolsonaro nas campanhas eleitorais foi prejudicial, principalmente em São Paulo e Curitiba, onde o eleitorado de direita ficou fragmentado devido à falta de uma liderança clara. Malafaia afirmou que Bolsonaro não foi assertivo o suficiente para orientar seus apoiadores e criticou o que chamou de "sinais dúbios" emitidos pelo ex-presidente em relação aos candidatos que não receberam seu apoio explícito.


Fábio Wajngarten, por sua vez, rebateu de maneira firme as declarações de Malafaia, afirmando que as divergências internas não deveriam ser expostas publicamente. "Roupa suja se lava em casa, e não em público", disse Wajngarten, em resposta à crítica aberta do pastor. O ex-assessor ressaltou que Bolsonaro atuou de forma estratégica durante as eleições e que sua influência foi decisiva para o cenário político em São Paulo. "O presidente Bolsonaro fez o que tinha que ser feito, no momento certo, e foi decisivo para o cenário em São Paulo. Se não fosse Bolsonaro, Ricardo Nunes não estaria no segundo turno", afirmou Wajngarten.


A avaliação de Wajngarten é de que o apoio do ex-presidente foi fundamental para o sucesso de Ricardo Nunes na disputa pela prefeitura paulistana. Ele também destacou que a vitória de Nunes é crucial para o fortalecimento da base bolsonarista nas eleições presidenciais de 2026, especialmente considerando que o adversário de Nunes no segundo turno é o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), uma figura forte da esquerda. "A campanha presidencial de 2026 passa pela vitória de Ricardo Nunes contra Guilherme Boulos", pontuou o advogado.


Além disso, Wajngarten frisou que a campanha de 2024 contou com diversos atores políticos importantes, e que cada um desempenhou um papel essencial para os resultados obtidos. Ele mencionou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o próprio pastor Silas Malafaia, comparando-os aos diferentes membros de um time de futebol, onde o sucesso não depende apenas dos atacantes, mas de toda a equipe. "Foram decisivos Tarcísio de Freitas e Malafaia, cada um na sua função, como um time de futebol que não ganha só com atacantes", disse Wajngarten, em defesa da estratégia política de Bolsonaro.


Em suas declarações, Silas Malafaia também deixou claro que, apesar de suas críticas à condução de Bolsonaro durante as eleições, ele continua apoiando o ex-presidente. No entanto, Malafaia reforçou que espera uma postura mais firme e direta de Bolsonaro, especialmente em momentos críticos como uma eleição municipal. "Que líder é esse? Sinal dúbio para o povo? Líder toma frente, líder dá a direção", questionou o pastor, criticando o que considerou uma falta de comando por parte do ex-presidente.


As eleições de 2024 mostraram um cenário fragmentado no campo da direita, especialmente em cidades estratégicas como São Paulo e Curitiba. Em ambas as localidades, a ausência de um apoio claro e unificado de Bolsonaro foi vista por alguns analistas políticos como um fator que dificultou a consolidação de uma base eleitoral mais coesa. No entanto, para Wajngarten, essa visão é equivocada, uma vez que ele acredita que Bolsonaro agiu com cautela e estratégia, evitando se envolver em disputas que poderiam prejudicar seu capital político para a eleição presidencial de 2026.


O futuro político de Bolsonaro e sua influência sobre a direita brasileira estão, mais uma vez, no centro do debate. Com uma base fiel e articulada, mas também enfrentando divisões internas, o ex-presidente parece estar traçando seu caminho com foco em 2026, ao mesmo tempo que precisa lidar com críticas de aliados importantes como Malafaia. A tensão entre diferentes correntes do bolsonarismo reflete um momento delicado para o grupo, que precisa encontrar uma forma de equilibrar as demandas de seus líderes locais e nacionais, sem comprometer seus objetivos eleitorais de longo prazo.


As próximas semanas, com o segundo turno das eleições municipais, serão decisivas para medir o real impacto da postura de Bolsonaro e a capacidade de seus apoiadores em unificar a direita em torno de um projeto comum. Independentemente das críticas, é inegável que a figura do ex-presidente ainda exerce um papel central na política brasileira, e suas decisões continuam a moldar o futuro das disputas eleitorais no país.

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