General bolsonarista é eleito prefeito


Em uma eleição marcada por forte polarização e grande expectativa, o general Joaquim Silva e Luna, ex-presidente da Petrobras e ex-diretor-geral de Itaipu durante o governo Bolsonaro, foi eleito prefeito de Foz do Iguaçu (PR) neste domingo, 6 de outubro de 2024. Com uma vitória que muitos já esperavam, mas que ainda assim surpreendeu pela margem apertada, Luna, filiado ao Partido Liberal (PL), conquistou 73.522 votos, o que representa 50,14% do total.


A disputa, decidida já no primeiro turno, foi acirrada. O segundo colocado, Paulo Mac Donald, do Partido Progressista (PP), obteve 32,58% dos votos, mostrando que, embora o apoio ao bolsonarismo seja forte na região, havia uma fatia significativa do eleitorado buscando alternativas. Outros candidatos, como Samis da Silva, do PSDB, com 4,68%, Zé Elias, do União Brasil, com 1,23%, Jurandir de Moura Latinha, da Rede, com 0,19%, e Sergio Caimi, do PMB, com 0,15%, não chegaram a ameaçar a liderança de Luna na corrida eleitoral.


A vitória de Silva e Luna representa mais do que apenas a eleição de um novo prefeito. Ela consolida a influência do bolsonarismo na cidade e na região, reforçando a força política de candidatos associados ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante toda a campanha, Luna fez questão de se apresentar como um seguidor fiel das ideias bolsonaristas, defendendo pautas como segurança pública, combate à corrupção e desenvolvimento econômico com foco na preservação dos valores tradicionais.


A trajetória de Joaquim Silva e Luna na política e na gestão pública já era conhecida antes de sua candidatura à prefeitura de Foz do Iguaçu. Como general do Exército, ele construiu uma carreira de destaque, culminando em cargos estratégicos durante o governo de Jair Bolsonaro. Sua passagem pela Petrobras, onde ocupou a presidência, foi marcada por esforços de contenção de preços dos combustíveis em meio à crise internacional, além de buscar estabilidade nas operações da estatal. No comando de Itaipu Binacional, Silva e Luna também buscou otimizar a gestão da usina, aumentando a transparência e investindo em projetos de infraestrutura na região, o que lhe rendeu reconhecimento entre os eleitores locais.


Essa experiência foi amplamente explorada durante a campanha. O general construiu sua candidatura em torno da promessa de continuar o desenvolvimento de Foz do Iguaçu, especialmente no setor de infraestrutura, aproveitando sua expertise adquirida em Itaipu. Além disso, a segurança pública foi um tema central em sua plataforma, com Luna se comprometendo a fortalecer a vigilância nas fronteiras e a combater o crime organizado, problema recorrente na cidade por conta de sua posição estratégica entre o Brasil, Paraguai e Argentina.


A vitória de Silva e Luna também reforça o crescimento do PL, partido de Jair Bolsonaro, que vem conquistando prefeituras em diversas partes do Brasil. Foz do Iguaçu, uma cidade com grande importância econômica e turística, agora será governada por um bolsonarista de alta patente, o que pode sinalizar a manutenção de um alinhamento político com pautas conservadoras e de direita no Paraná.


O segundo colocado, Paulo Mac Donald, ex-prefeito de Foz do Iguaçu, também fez uma campanha forte, tentando capitalizar sua experiência administrativa e o apoio de uma base consolidada de eleitores. No entanto, sua trajetória não foi suficiente para superar a onda bolsonarista que dominou a eleição deste ano na cidade. Mac Donald fez uma campanha focada em críticas à gestão anterior e apresentou propostas para melhorar a infraestrutura urbana, mas enfrentou dificuldades para competir com o discurso de renovação e ordem trazido por Silva e Luna.


Com o resultado oficializado, Silva e Luna já começa a preparar sua equipe de transição e a delinear os principais desafios de seu mandato. Foz do Iguaçu, uma das cidades mais estratégicas do país, tanto em termos econômicos quanto logísticos, terá pela frente questões importantes a serem tratadas, como o fortalecimento do turismo, a revitalização da infraestrutura urbana e a melhoria nos serviços de saúde e educação.


A eleição de Luna, no entanto, também levanta expectativas sobre como será sua gestão em um contexto de pós-bolsonarismo. Ainda que o general tenha fortes vínculos com o ex-presidente, o cenário político brasileiro mudou desde o fim do mandato de Bolsonaro, e a nova administração de Foz do Iguaçu deverá lidar com desafios locais em um momento de transição política no país. Luna terá de equilibrar suas convicções e promessas com a realidade de governar uma cidade complexa e diversificada, tanto do ponto de vista social quanto econômico.


Para os eleitores de Foz do Iguaçu, a eleição de Silva e Luna é vista como uma oportunidade de mudança e de reafirmação de valores que ganharam força durante o governo Bolsonaro. Agora, resta saber como o general irá conduzir sua gestão e se conseguirá cumprir as promessas feitas ao longo da campanha. Com um mandato de quatro anos pela frente, ele terá a chance de provar que sua experiência militar e administrativa pode se traduzir em melhorias reais para a cidade e para seus habitantes.

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