Globo deve ser denunciada por perseguir atores de direita


 A TV Globo está enfrentando novas acusações de favorecimento político nos bastidores de sua dramaturgia. O presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Rio de Janeiro (SATED-RJ), Hugo Gross, afirmou recentemente que a emissora estaria promovendo uma perseguição a atores de direita, enquanto artistas de esquerda e aqueles com maior popularidade nas redes sociais estariam sendo privilegiados em escalas para novelas e programas de TV. Essa alegação levantou um debate acalorado sobre o papel das preferências políticas nas decisões de elenco da maior emissora de TV do país.


Segundo Gross, essa suposta perseguição teria se intensificado após a nomeação de José Luiz Villamarim como diretor de dramaturgia da emissora, cargo que ele assumiu em 2020. Villamarim, conhecido por seu histórico de produções de sucesso, estaria, de acordo com o presidente do SATED, encorajando uma linha editorial que exclui atores de direita e favorece artistas que publicamente manifestam apoio a pautas e figuras políticas de esquerda.


O presidente do sindicato ressaltou que está reunindo provas e depoimentos de testemunhas para formalizar uma denúncia contra a emissora junto ao Ministério do Trabalho. De acordo com ele, a situação é inaceitável, pois a escolha de elenco deveria se basear no talento e na capacidade de atuação dos artistas, e não em suas preferências políticas.


Gross destacou que essa postura é prejudicial para o ambiente artístico e cultural do país, uma vez que a arte, em sua visão, deve ser livre de influências políticas e permitir a diversidade de opiniões. Ele mencionou como exemplo o caso da atriz Cássia Kis, que recentemente manifestou apoio a pautas conservadoras e, segundo ele, estaria sendo marginalizada dentro da Globo por suas convicções políticas.


"Infelizmente, é notório que artistas de direita estão sendo excluídos. Isso vai contra os princípios que deveriam reger a arte e a liberdade de expressão. A Cássia Kis é uma excelente atriz, independentemente de suas crenças políticas. Se ela levantou a bandeira por uma causa, isso não pode ser motivo para excluí-la do meio artístico. Isso se chama perseguição", disse Hugo Gross em entrevista recente.


O sindicato, segundo ele, está comprometido em combater essa prática e defender os direitos dos artistas, independentemente de sua orientação política. "Nós, do SATED, vamos combater essa exclusão, pois é inadmissível que o talento seja ofuscado por preferências políticas. O artista deve ser valorizado por sua arte, seja ele de direita, de esquerda, flamenguista ou tricolor", acrescentou.


As declarações de Hugo Gross reacenderam o debate sobre a imparcialidade da Globo e sua influência na formação da opinião pública. Para muitos, a emissora tem um papel determinante no cenário cultural do país, e, por isso, deve ser vista com um olhar crítico quando surgem acusações de que sua gestão estaria favorecendo determinados grupos ideológicos. Críticos da emissora afirmam que, nos últimos anos, ela tem dado maior visibilidade a narrativas progressistas, o que teria afastado parte do público mais conservador.


Por outro lado, defensores da Globo argumentam que a emissora, como uma empresa privada, tem o direito de definir sua linha editorial e que as escolhas de elenco são decisões artísticas e estratégicas, muitas vezes baseadas na popularidade e no potencial de engajamento dos atores junto ao público. Eles também ressaltam que a emissora tem um histórico de promover a diversidade e de abrir espaço para diferentes vozes e perspectivas em suas produções.


Esse não é o primeiro embate entre a emissora e grupos conservadores. A Globo já foi alvo de críticas de figuras políticas e artísticas ligadas à direita, que acusam a empresa de se posicionar de forma contrária a seus valores e ideais. Nos últimos anos, personalidades como Regina Duarte e Cássia Kis se manifestaram publicamente sobre o que enxergam como uma falta de abertura da Globo para visões mais conservadoras.


Hugo Gross, entretanto, acredita que a situação pode ser revertida. "O Brasil precisa de um ambiente artístico plural, onde todas as vozes possam se expressar livremente. Não podemos aceitar que a arte seja instrumentalizada para atender a agendas políticas. Vamos levar essa questão às instâncias legais e lutar pelo direito de cada artista", finalizou.


Enquanto a denúncia ainda está sendo preparada, a situação continua a gerar debates sobre o futuro da dramaturgia na TV brasileira e o papel das emissoras na formação do debate político e cultural no país. Resta saber quais serão os desdobramentos dessa denúncia e como a TV Globo, que por décadas foi vista como a maior referência na produção de conteúdo televisivo no Brasil, irá se posicionar diante dessas novas acusações.

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