“Mais uma vez, tentam nos calar”, diz Marçal


Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo, criticou duramente a decisão da Justiça Eleitoral de suspender sua nova conta no Instagram, aberta no último sábado, 5 de outubro. Segundo o candidato, a medida faz parte de uma série de ações que buscam silenciá-lo durante a corrida eleitoral. Em suas redes sociais, Marçal afirmou que essa seria mais uma tentativa de calá-lo, mas garantiu que a voz do povo prevalecerá nas urnas.


A decisão foi tomada pelo juiz Rodrigo Capez, do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), que interpretou a criação da nova conta como uma tentativa deliberada de burlar uma decisão anterior da Justiça. Em sua sentença, Capez considerou o ato como um “manifesto atentado à dignidade da Justiça Eleitoral”, apontando que Marçal teria desrespeitado uma ordem judicial ao abrir o novo perfil após ter sua conta original suspensa.


A suspensão de 48 horas do perfil de Pablo Marçal ocorreu em função de uma publicação feita pelo candidato, na qual ele divulgava um laudo que acusava o também candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, de uso de drogas. A acusação levou Boulos a apresentar uma notícia-crime à Justiça, com um pedido de prisão de Marçal. Contudo, na decisão atual, o juiz negou o pedido de prisão solicitado por Boulos, afirmando que tal medida não seria necessária para garantir a ordem pública no contexto eleitoral.


A suspensão do perfil de Marçal e a divulgação das acusações trouxeram à tona um novo capítulo na disputa pela Prefeitura de São Paulo. A corrida eleitoral, que já vinha sendo marcada por trocas de acusações e tensões entre os candidatos, ganhou ainda mais destaque com esse episódio. Pablo Marçal, que se apresenta como um candidato da renovação, tem buscado atrair o eleitorado com um discurso firme contra o sistema político tradicional, e a suspensão de sua conta no Instagram foi vista por ele como mais uma tentativa de perseguição por parte do sistema que ele tanto critica.


Em resposta à decisão judicial, Marçal não mediu palavras. "Mais uma vez, tentam nos calar, mas não conseguirão calar a voz do povo", declarou o candidato em suas redes sociais. Ele convocou seus apoiadores a reagirem nas urnas e previu que a "vingança" do povo viria com a vitória nas eleições. "Amanhã, dia da vingança, o povo vai votar 28 e a vitória será no primeiro turno", afirmou, referindo-se ao número de sua candidatura.


A disputa entre Marçal e Boulos tem sido uma das mais acirradas da campanha até o momento. Enquanto Boulos, candidato do PSOL, se posiciona como um nome ligado às lutas sociais e à defesa dos direitos humanos, Marçal tem buscado consolidar-se como uma alternativa de direita, com forte apelo junto a eleitores descontentes com os rumos da política municipal. O confronto entre ambos ganhou destaque não apenas pelos debates em si, mas também pelas polêmicas em torno das acusações mútuas.


O juiz Rodrigo Capez, ao justificar sua decisão, ressaltou que Marçal, ao abrir uma nova conta no Instagram, teria agido de forma desrespeitosa às ordens anteriores da Justiça Eleitoral, que já haviam determinado a suspensão de seu perfil original. Capez classificou a ação do candidato como um "ato atentatório" contra a dignidade da Justiça, sublinhando que o uso de redes sociais para promover acusações infundadas e potencialmente difamatórias em período eleitoral poderia prejudicar a lisura do processo.


A retirada do sigilo do processo envolvendo a notícia-crime apresentada por Guilherme Boulos também foi um ponto relevante na decisão de Capez. O pedido de prisão contra Marçal foi uma das medidas mais extremas solicitadas pela campanha de Boulos até o momento, mas acabou sendo rejeitado pela Justiça, que considerou a suspensão temporária do perfil no Instagram como uma punição adequada para o contexto atual.


Apesar da suspensão do perfil, a equipe de campanha de Pablo Marçal segue ativa, utilizando outras plataformas e veículos para divulgar suas propostas e continuar a campanha rumo à prefeitura. A estratégia de Marçal parece ser manter o discurso de que está sendo perseguido pelo sistema, uma narrativa que ele tem usado com frequência para mobilizar seus eleitores. O candidato acredita que essa postura combativa será recompensada nas urnas, especialmente por eleitores que compartilham de sua visão crítica sobre o establishment político.


No entanto, o episódio acendeu um alerta sobre o uso das redes sociais durante o período eleitoral e o papel da Justiça Eleitoral em regular esse espaço. O caso de Marçal não é o primeiro em que uma candidatura é afetada por ações nas redes, mas a decisão de suspender seu perfil reacende o debate sobre os limites entre liberdade de expressão e respeito às normas eleitorais.


Com as eleições municipais se aproximando e o clima de polarização crescendo, o episódio envolvendo Pablo Marçal e Guilherme Boulos serve como um reflexo das tensões que marcam a disputa pela Prefeitura de São Paulo. Enquanto isso, eleitores aguardam o desenrolar dos acontecimentos e o impacto que essas polêmicas terão nas urnas.

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