Nova pesquisa leva Ricardo Nunes ao desespero

 
A mais recente pesquisa eleitoral realizada pela AtlasIntel para a corrida pela Prefeitura de São Paulo trouxe à tona um cenário que acendeu o sinal de alerta na campanha do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB). Divulgada na última segunda-feira (30), a pesquisa mostra o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) liderando as intenções de voto com 29,4%, seguido de perto pelo empresário Pablo Marçal (PRTB), que aparece com 25,4%. Nunes, por sua vez, ocupa a terceira posição, com 22,9% das preferências, o que o coloca em uma situação de alerta máximo.


Com a margem de erro de 2 pontos percentuais, o resultado aponta um empate técnico entre os três candidatos, mas a posição de Nunes, abaixo dos dois principais adversários, tem gerado grande preocupação em sua campanha. A corrida pelo segundo turno parece cada vez mais acirrada e, diante desse cenário, o atual prefeito vê suas chances de reeleição ameaçadas, sobretudo pelo crescimento expressivo de Pablo Marçal, que foi o candidato que mais cresceu desde a última pesquisa, avançando 4,5 pontos percentuais.


Esse aumento significativo nas intenções de voto de Marçal, um nome relativamente novo na política paulistana, está colocando pressão sobre a equipe de Nunes. Enquanto isso, Guilherme Boulos, que oscilou positivamente com um crescimento de 1,1 ponto percentual, se mantém estável na liderança e com chances reais de avançar para o segundo turno. A diferença entre Boulos e Nunes é de pouco mais de 6 pontos percentuais, o que representa uma vantagem considerável, ainda que dentro da margem de erro.


Outro ponto que merece destaque é o crescimento da deputada federal Tabata Amaral (PSB), que aparece com 11,9% das intenções de voto, consolidando-se como uma quarta força na disputa. O desempenho de Tabata, ainda que não a coloque como uma candidata com grandes chances de chegar ao segundo turno neste momento, demonstra sua capacidade de atrair uma fatia significativa do eleitorado, especialmente entre os mais jovens e eleitores de centro-esquerda. Já o apresentador José Luiz Datena (PSDB) registrou uma queda expressiva, passando de 6,9% para apenas 3,2%, o que o coloca fora da disputa real pela Prefeitura de São Paulo.


A pesquisa foi realizada de forma virtual entre os dias 24 e 29 de setembro, com 2.190 eleitores paulistanos. O nível de confiança é de 95%, e a pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo SP-02567/2024. Entre os votos válidos, que excluem brancos e nulos, Guilherme Boulos lidera com 30,1%, seguido de Marçal com 26% e Nunes com 23,5%, reforçando o cenário de extrema competitividade entre os três principais candidatos.


O que tem preocupado a equipe de Ricardo Nunes é o fato de que, apesar de seu crescimento de 2 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior, ele não conseguiu superar os adversários diretos, o que gera incertezas sobre sua capacidade de alcançar o segundo turno. O crescimento constante de Marçal, aliado à consistência de Boulos, faz com que o atual prefeito precise reavaliar sua estratégia de campanha para tentar reverter esse quadro desfavorável.


Diante disso, a campanha de Nunes deve intensificar seus esforços nas próximas semanas, buscando conquistar eleitores indecisos e, possivelmente, tirando votos de Tabata Amaral e Datena, que possuem percentuais relevantes, mas que dificilmente os levarão ao segundo turno. A pressão sobre Nunes, entretanto, não vem apenas dos números, mas também da própria dinâmica da campanha, que pode se tornar mais agressiva conforme a data das eleições se aproxima.


Para Guilherme Boulos, que lidera a pesquisa, o desafio será manter a dianteira e evitar qualquer deslize que possa comprometer sua posição. Com um eleitorado fiel e consolidado na esquerda, Boulos tem se mostrado um adversário formidável e deve concentrar seus esforços em se posicionar como uma alternativa viável ao atual governo, apostando em uma mensagem de renovação e mudança.


Por outro lado, Pablo Marçal, que vem de um crescimento expressivo, deve continuar investindo em sua imagem de outsider e de alternativa à polarização entre Boulos e Nunes. Marçal, que tem base no eleitorado mais conservador e empresarial, pode se beneficiar da fragmentação da direita e do centro, especialmente com a queda de Datena.


Em suma, a pesquisa da AtlasIntel trouxe um panorama que mostra um equilíbrio delicado entre os três primeiros colocados, com Boulos, Marçal e Nunes tecnicamente empatados dentro da margem de erro. O atual prefeito enfrenta um grande desafio para garantir sua presença no segundo turno, e sua campanha precisará de ajustes rápidos e eficazes para lidar com o crescimento de Marçal e a consolidação de Boulos na liderança. A corrida pela Prefeitura de São Paulo está longe de ser definida, mas os próximos dias serão cruciais para Ricardo Nunes, que se vê em uma situação de desespero e incerteza.

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